Com leilões em diferentes modalidades, BC busca conter a alta do dólar, que opera a R$ 6,09 nesta sexta-feira.
20 de Dezembro de 2024 às 14h56

Banco Central injeta US$ 25,7 bilhões no mercado em apenas seis dias úteis

Com leilões em diferentes modalidades, BC busca conter a alta do dólar, que opera a R$ 6,09 nesta sexta-feira.

Nos últimos seis dias úteis, o Banco Central (BC) injetou aproximadamente US$ 25,7 bilhões no mercado cambial. Essa quantia foi disponibilizada através de leilões realizados em duas modalidades distintas: os chamados “leilões à vista”, que totalizaram US$ 14,7 bilhões, e os “leilões em linha”, que somaram US$ 11 bilhões. Neste último formato, o BC se compromete a recomprar a moeda estrangeira posteriormente.

Os leilões ocorreram entre a quinta-feira, 12 de dezembro, e a sexta-feira, 20 de dezembro, quando foram anunciados leilões que totalizavam US$ 7 bilhões, sendo US$ 3 bilhões na modalidade à vista e US$ 4 bilhões em linha. Por volta das 11 horas, a cotação do dólar apresentava uma leve queda de 0,40%, sendo negociado a R$ 6,09, após ter atingido a marca de R$ 6,05 logo após a abertura do mercado.

Na quinta-feira, 19 de dezembro, o dólar alcançou R$ 6,30, o maior valor nominal da história, sem ajuste pela inflação. Nesse dia, o Banco Central realizou o maior volume de injeção de dólares desde 1999, quando o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante. Foram cerca de US$ 8 bilhões injetados no mercado à vista, divididos em duas operações: uma de US$ 3 bilhões e outra de US$ 5 bilhões.

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A oferta expressiva de dólares, segundo analistas, foi crucial para conter a valorização da moeda americana. Após a intervenção do BC, o dólar fechou a R$ 6,12, apresentando uma queda de 2,32% no pregão.

Os leilões realizados pelo Banco Central têm como objetivo garantir a liquidez no mercado de câmbio em momentos de alta do dólar. As operações são direcionadas a instituições financeiras, conhecidas como “dealers de câmbio”, que atuam no mercado primário. Essas instituições, por sua vez, repassam a divisa ao mercado secundário, que inclui outros participantes do sistema financeiro.

Os dólares disponibilizados nos leilões são retirados das reservas internacionais do Brasil, que estavam estimadas em cerca de US$ 363 bilhões em novembro. Dados do Banco Central indicam que essas reservas subiram para US$ 372 bilhões em setembro de 2024. Na quinta-feira, 19 de dezembro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que “o BC tem muita reserva e vai atuar quando necessário” no mercado cambial. A partir de janeiro, Campos Neto será sucedido pelo economista Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central.

As operações de leilão realizadas pelo BC nos últimos dias foram as seguintes:

  • 12 de dezembro – oferta de US$ 4 bilhões em dois leilões de linha.
  • 13 de dezembro – US$ 845 milhões no mercado à vista.
  • 16 de dezembro – US$ 4,627 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em leilão de linha e US$ 1,627 bilhão à vista.
  • 17 de dezembro – US$ 1,272 bilhão no mercado à vista.
  • 19 de dezembro – US$ 8 bilhões no mercado à vista, em dois leilões de US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões.
  • 20 de dezembro – US$ 7 bilhões, com US$ 3 bilhões à vista e US$ 4 bilhões de linha.

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