Sentença foi proferida pela Justiça após investigações do MPRJ sobre esquema de corrupção envolvendo Glaidson dos Santos.
20 de Dezembro de 2024 às 09h10

Delegada e três policiais são condenados por corrupção em caso do 'Faraó dos Bitcoins'

Sentença foi proferida pela Justiça após investigações do MPRJ sobre esquema de corrupção envolvendo Glaidson dos Santos.

Uma delegada e três policiais civis foram condenados por corrupção em um caso que envolve Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o 'Faraó dos Bitcoins'. A sentença foi emitida pela 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio de Janeiro, resultando em penas de dois anos e oito meses de prisão para cada um dos réus, além da perda dos cargos.

A condenação é fruto de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que investigou as ações dos agentes no âmbito da Operação Novo Egito, um desdobramento da Operação Kryptos, que culminou na prisão de Glaidson em agosto de 2021. Ele é acusado de liderar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de investimento em bitcoins, que movimentou aproximadamente R$ 38 bilhões em transações financeiras irregulares.

Durante as investigações, o MPRJ revelou que a delegada, Daniela dos Santos Rebelo Pinto, enquanto atuava na Delegacia de Defraudações (DDEF), teria recebido propina de Glaidson em troca de favores que beneficiavam o esquema criminoso. Os policiais Roberto Nogueira Alves, Marcelo Meireles Pinto e Raphael Vasques Jorge Macedo também foram implicados por facilitar as atividades ilegais da organização.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

As evidências apresentadas na Justiça incluíram interceptações telemáticas, registros financeiros e depoimentos que corroboraram a participação dos réus em crimes como organização criminosa, gestão fraudulenta e corrupção passiva. A sentença foi considerada um marco na luta contra a corrupção dentro das instituições de segurança pública.

Glaidson Acácio dos Santos, que permanece preso, enfrenta múltiplas acusações e já teve várias prisões preventivas decretadas. Ele e sua esposa, Mirelis Diaz Zerpa, são investigados por terem supostamente montado um esquema que prometia altos retornos financeiros, atraindo investidores sem a devida autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O caso do 'Faraó dos Bitcoins' destaca a importância da atuação do MPRJ e das forças de segurança no combate à corrupção e à criminalidade organizada, além de evidenciar a necessidade de maior fiscalização sobre atividades financeiras que prometem lucros elevados sem a devida regulamentação.

As consequências da condenação dos policiais e da delegada ainda estão sendo avaliadas, mas a expectativa é que a decisão sirva de alerta para outros agentes públicos sobre a gravidade da corrupção e suas repercussões legais.

Veja também:

Tópicos: