Ministro Rogério Schietti, relator do caso, considera necessário mais tempo para análise da defesa da arquiteta condenada
20 de Dezembro de 2024 às 14h07

STJ decidirá sobre prisão de Adriana Villela em fevereiro de 2025 após recurso

Ministro Rogério Schietti, relator do caso, considera necessário mais tempo para análise da defesa da arquiteta condenada

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) agendou para fevereiro de 2025 o julgamento do recurso da defesa de Adriana Villela, que busca anular a condenação da arquiteta pelo crime que ficou conhecido como Crime da 113 Sul. A decisão foi tomada pelo ministro relator do caso, Rogério Schietti Cruz, que classificou a situação como de alta complexidade e ressaltou a necessidade de uma análise detalhada.

Adriana Villela, condenada a 61 anos e 3 meses de prisão pela morte de seus pais, José Guilherme Villela, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Maria Carvalho Villela, além de uma funcionária da família, aguarda em liberdade enquanto o recurso é analisado. O ministro Schietti afirmou que, considerando que os fatos ocorreram em 28 de agosto de 2009 e que o julgamento ocorreu há mais de cinco anos, não há prejuízo em esperar mais dois meses para o desfecho do processo.

“Os fatos descritos na denúncia ocorreram em 28/8/2009, e a sessão plenária [de julgamento] foi realizada há mais de cinco anos, razão pela qual não há prejuízo, após tantos anos, de se aguardar mais dois meses para o desfecho processual. À vista do exposto, determino a inclusão do feito na pauta de julgamento do dia 24/2/2025”, declarou o ministro.

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestaram a favor da execução imediata da pena de Adriana, mas a defesa recorreu, argumentando que a complexidade do caso e o volume de páginas do processo, que ultrapassa 65,6 mil, justificam um tempo maior para análise.

O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Georges Seigneur, também solicitou a execução provisória das penas impostas pelo Tribunal do Júri, que foram confirmadas por acórdãos do Tribunal de Justiça. O MPDFT considerou “descabido” que o STJ reavalie todos os elementos fáticos do processo para chegar a uma conclusão diferente da adotada pelos jurados em 2019.

Em 3 de dezembro, a subprocuradora-geral da República, Andrea Szilard, apresentou parecer pelo não conhecimento do recurso e, subsidiariamente, pelo desprovimento. Ela argumentou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) valida a execução imediata da pena em casos de condenação pelo Tribunal do Júri, o que fundamenta o pedido de prisão imediata de Adriana Villela.

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Andrea Szilard se posicionou contra o pedido da defesa para que a ré permanecesse em liberdade até o julgamento definitivo do caso pelo STF. Agora, cabe ao STJ decidir se a arquiteta continuará livre ou não.

O advogado de defesa, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirmou que a manifestação da PGR era esperada e que o caso agora se estenderá até 2025.

O crime que levou à condenação de Adriana Villela é um dos mais emblemáticos da história de Brasília. Em 28 de agosto de 2009, os corpos de seus pais e da funcionária foram encontrados em seu apartamento, com sinais de violência extrema. A investigação revelou falhas significativas, e Adriana foi apontada como a mandante do crime, sendo condenada em um julgamento que durou dez dias e se tornou o mais longo da história do Distrito Federal.

Após a condenação inicial de 67 anos e 6 meses, a pena foi reduzida para 61 anos e 3 meses em 2022, mas a defesa recorreu e aguarda o julgamento do STJ. O caso continua a atrair atenção midiática e pública, dada sua complexidade e as controvérsias que o cercam.

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