A montadora busca reduzir custos e evitar fechamento de fábricas, segundo acordo com sindicatos.
20 de Dezembro de 2024 às 21h11

Volkswagen anuncia corte de mais de 35 mil empregos na Alemanha até 2030

A montadora busca reduzir custos e evitar fechamento de fábricas, segundo acordo com sindicatos.

A Volkswagen, reconhecida como a maior fabricante de automóveis da Europa, revelou nesta sexta-feira (20) um plano que visa a eliminação de mais de 35 mil postos de trabalho em suas unidades na Alemanha até 2030. Essa decisão, conforme anunciado, é parte de um acordo firmado com sindicatos de trabalhadores, que busca enfrentar a crise financeira que a empresa atravessa.

O acordo estabelece uma “redução socialmente aceitável de efetivos”, o que representa cerca de 29% do total de funcionários da Volkswagen na Alemanha. A empresa, que é um pilar da indústria automobilística do país, enfatizou que os cortes não serão forçados, mas ocorrerão principalmente através de aposentadorias sem substituição, conforme afirmaram representantes dos trabalhadores.

Thorsten Gröger, negociador do sindicato automotivo, destacou a importância do acordo, afirmando que “conseguimos encontrar uma solução que garante os empregos, preserva a produção nas fábricas e permite, ao mesmo tempo, importantes investimentos futuros”. Durante a coletiva de imprensa, ele expressou satisfação com as medidas de redução de custos, que, segundo ele, “respeitam as linhas vermelhas” estabelecidas pelo sindicato.

Gröger também assegurou que “não haverá fechamentos de fábricas e as demissões estão descartadas”, embora a Volkswagen não tenha completamente descartado essa possibilidade em suas projeções futuras. Em contrapartida, os funcionários concordaram em abrir mão de uma série de bônus e aceitaram a redução da capacidade de produção em várias das dez fábricas do grupo na Alemanha.

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Com a implementação deste acordo, a Volkswagen espera economizar aproximadamente “4 bilhões de euros” (equivalente a cerca de 25 bilhões de reais na cotação atual) no médio prazo. Thomas Schäfer, diretor da Volkswagen, explicou que as negociações se concentraram em três prioridades: reduzir a capacidade excedente das instalações, diminuir os custos de mão de obra e tornar os custos de desenvolvimento mais competitivos.

“Conseguimos soluções viáveis para os três temas”, afirmou Schäfer, que também comentou sobre os desafios enfrentados pela montadora. O grupo, que é um símbolo da indústria alemã, surpreendeu o mercado em setembro ao anunciar a elaboração de um plano econômico drástico para recuperar sua competitividade.

Oliver Blume, diretor-executivo da Volkswagen, ressaltou que os custos da companhia estão excessivamente altos e que as margens de lucro da marca, que representa pouco mais da metade de suas vendas, são muito baixas. Além disso, a Volkswagen enfrenta uma desaceleração global nas vendas de automóveis, a crescente concorrência de fabricantes chineses e a dificuldade em tornar seus modelos elétricos mais atraentes para os consumidores.

Esses fatores têm pressionado a montadora a reavaliar sua estrutura de custos e a buscar alternativas para se manter competitiva em um mercado em rápida transformação, onde a transição para veículos elétricos se torna cada vez mais crucial.

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