Projeções do Focus indicam aumento da Selic e do IPCA para 2025
Relatório do Banco Central aponta elevações nas expectativas para a inflação e taxa de juros em 2025, com PIB também em alta.
Os analistas de mercado consultados pelo Banco Central (BC) apresentaram novas elevações nas projeções para as principais variáveis econômicas, conforme o último Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira. As expectativas para a taxa Selic, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Produto Interno Bruto (PIB) foram ajustadas, refletindo um cenário de inflação crescente e juros mais altos.
A mediana das projeções para a Selic ao final de 2025 subiu de 14% para 14,75%, marcando a sexta semana consecutiva de elevações. Essa mudança ocorre após um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, que agora se encerra em 12,25% ao ano. O BC também indicou a possibilidade de mais duas altas na mesma magnitude, em resposta a um cenário inflacionário desafiador.
Além disso, a previsão para o IPCA em 2025 foi ajustada de 4,60% para 4,84%, superando o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,50%. Essa é a décima semana seguida em que as expectativas para a inflação são elevadas, refletindo preocupações com a dinâmica econômica e a pressão sobre os preços.
O relatório também trouxe boas notícias em relação ao PIB, cuja projeção de crescimento passou de 2,01% para 2,02% para 2025. Para 2024, a expectativa de crescimento foi revisada de 3,42% para 3,49%, indicando um otimismo moderado em relação à recuperação econômica do país.
O cenário para o câmbio também foi revisado, com a expectativa de que o dólar encerre 2025 em R$ 5,90, um aumento em relação à previsão anterior de R$ 5,85. Essa elevação nas projeções reflete a volatilidade do mercado e as incertezas econômicas que cercam a moeda norte-americana.
As expectativas para a inflação em anos subsequentes também foram ajustadas. Para 2026, a mediana das projeções permanece em 4,00%, enquanto para 2027, a expectativa subiu de 3,66% para 3,80%. O BC tem como meta manter a inflação dentro de um intervalo de 3% a 4,5%, e a deterioração das expectativas pode exigir uma resposta mais contundente da política monetária.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central considera que a inflação deve ser monitorada de perto, especialmente com a aproximação do segundo trimestre de 2026, quando espera-se que o IPCA atinja 4,0% nos quatro trimestres fechados nesse período. As decisões futuras da autoridade monetária dependerão da evolução das expectativas de inflação e do comportamento da economia.
O cenário econômico atual apresenta desafios significativos, e as projeções do Relatório Focus refletem a necessidade de vigilância constante por parte dos formuladores de políticas. O aumento nas expectativas de inflação e juros pode impactar o consumo e os investimentos, exigindo uma resposta coordenada para garantir a estabilidade econômica.
As informações contidas no Relatório Focus são fundamentais para entender as expectativas do mercado e a direção da política econômica no Brasil. O acompanhamento dessas projeções é essencial para investidores e formuladores de políticas que buscam navegar em um ambiente econômico em constante mudança.
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