Mercado inicia a semana com baixa liquidez e investidores atentos ao Relatório Focus do Banco Central.
23 de Dezembro de 2024 às 09h52

Dólar abre em alta de 0,9% ante real, mesmo após pacote fiscal do governo

Mercado inicia a semana com baixa liquidez e investidores atentos ao Relatório Focus do Banco Central.

O dólar comercial iniciou a semana em alta de 0,9%, cotado a R$ 6,12, mesmo após a aprovação do pacote fiscal do governo. O dólar futuro para janeiro também apresentou valorização, subindo 0,61%, alcançando R$ 6,13. A movimentação ocorre em um cenário de baixa liquidez, típico do período que antecede o Natal, e com os investidores de olho nas diretrizes econômicas do governo.

Na manhã desta segunda-feira (23), o Banco Central (BC) divulgou o Relatório Focus, que trouxe ajustes nas projeções econômicas. Para 2025, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,60% para 4,84%. Para 2027, a estimativa também foi elevada, passando de 3,66% para 3,80%. Para 2026, a projeção permaneceu inalterada em 4%.

Além disso, a mediana das previsões para o dólar ao final de 2024 foi ajustada de R$ 5,99 para R$ 6,00. Para 2025, a expectativa também aumentou, passando de R$ 5,85 para R$ 5,90. As estimativas para 2026 e 2027 também foram revisadas, refletindo um cenário de incertezas no mercado.

O BC também divulgou dados sobre a balança comercial, que registrou um superávit de US$ 6,3 bilhões em novembro de 2024, embora tenha sido inferior ao superávit de US$ 8 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior. As exportações de bens totalizaram US$ 28,2 bilhões, um aumento de 0,4%, enquanto as importações cresceram 8,9%, totalizando US$ 21,9 bilhões.

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Os investimentos diretos no país (IDP) também mostraram um crescimento, com ingressos líquidos de US$ 7 bilhões em novembro de 2024, comparados a US$ 6,7 bilhões em novembro de 2023. No mesmo mês, os ingressos líquidos em participação no capital somaram US$ 6,9 bilhões, além de US$ 64 milhões em operações intercompanhia.

As reservas internacionais do Brasil totalizaram US$ 363 bilhões em novembro de 2024, apresentando uma redução de US$ 3,1 bilhões em relação ao mês anterior. Essa diminuição foi influenciada pela concessão de linhas com recompra, que totalizou US$ 4 bilhões, e por variações cambiais que impactaram o estoque de reservas em US$ 1,5 bilhão.

A última semana foi marcada por forte volatilidade na cotação do dólar, que chegou a R$ 6,30 na quinta-feira (19). Para conter a alta, o Banco Central realizou leilões, colocando US$ 8 bilhões em circulação, o que resultou em uma queda na cotação, que fechou a R$ 6,12 na sexta-feira (20). Ao longo da semana, o dólar apresentou uma alta acumulada de 1,06%.

Em um contexto de incertezas, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), classificou as oscilações como um possível ataque especulativo do mercado, especialmente em função das expectativas em torno do pacote de cortes do governo. O pacote fiscal, que visa equilibrar as contas públicas, foi aprovado, mas sofreu modificações significativas durante a tramitação no Congresso, o que pode impactar suas metas de economia.

O pacote inicialmente previa uma economia de R$ 375 bilhões em cinco anos, mas as alterações feitas por deputados e senadores reduziram esse valor, gerando preocupação entre os investidores sobre a efetividade das medidas propostas.

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