O Tribunal de Justiça de São Paulo negou habeas corpus para quatro jogadoras do River Plate, detidas por injúria racial durante partida.
24 de Dezembro de 2024 às 19h49

Jogadoras do River Plate, presas por injúria racial, têm pedido de habeas corpus negado

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou habeas corpus para quatro jogadoras do River Plate, detidas por injúria racial durante partida.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) anunciou, nesta terça-feira (24), a negativa dos pedidos de habeas corpus para quatro jogadoras do River Plate, da Argentina, que foram detidas em flagrante na última sexta-feira (20) por injúria racial. As atletas, que estavam em campo durante um jogo contra o Grêmio, tiveram suas prisões convertidas em preventivas na segunda-feira (23), após passarem por uma audiência de custódia no sábado (22).

As jogadoras envolvidas são a zagueira Camila Duarte, a lateral Juana Cángaro, a volante Candela Díaz e a meia Milagros Díaz, que atualmente se encontram na penitenciária do Carandiru, localizada na zona norte de São Paulo. A defesa das atletas, representada pela advogada Thaís Sankari, alegou que as jogadoras estão “sofrendo ilegal constrangimento por parte do Juiz de Direito do Plantão Judiciário da Comarca de São Paulo”.

A defesa argumentou que a detenção das jogadoras, sob a alegação de que não possuem residência no Brasil, carece de “fundamentação idônea”, uma vez que o River Plate se comprometeu a apresentá-las à Justiça brasileira sempre que solicitado.

Os relatores do caso, Alberto Anderson Filho e Hermann Herschander, consideraram a prisão preventiva justificada pela “gravidade concreta da conduta” e necessária para “evitar novos crimes”. Eles também avaliaram que o compromisso do clube argentino não é suficiente, uma vez que o River não possui autoridade sobre o direito de ir e vir de seus empregados.

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A detenção das jogadoras ocorreu após uma confusão generalizada no Estádio do Canindé, em São Paulo, durante a partida da Ladies Cup, que marcou o encerramento da temporada 2024 do futebol feminino no Brasil. O jogo, que teve início com a equipe argentina na frente, terminou empatado aos 37 minutos do primeiro tempo.

Durante a comemoração do gol, uma discussão se intensificou. A jogadora Candela Díaz foi flagrada realizando gestos que simulavam os de um macaco para um gandula. Segundo a defesa, o gandula teria, anteriormente, gesticulado de forma provocativa, levando a uma “atitude de revide”. Após esse incidente, Candela, Milagros Díaz, Camila Duarte e Juana Cángaro teriam proferido ofensas raciais ao gandula.

As jogadoras do Grêmio reagiram às ofensas, e o clube gaúcho divulgou uma nota afirmando que também foram alvo de injúrias raciais por parte das atletas argentinas durante o incidente.

O River Plate teve um total de seis jogadoras expulsas durante a confusão, o que resultou no encerramento imediato da partida, já que a equipe ficou com menos de sete atletas em campo. Além das quatro jogadoras acusadas, a goleira Lara Esponda e a volante Julieta Romero também receberam cartões vermelhos. O clube argentino se manifestou nas redes sociais, repudiando os gestos discriminatórios e anunciando que tomará medidas disciplinares.

Com a decisão da arbitragem, o Grêmio foi declarado vencedor do jogo e se classificou para a final da competição. Na decisão, as Gurias Gremistas superaram o Bahia nos pênaltis por 2 a 1, após empate por 1 a 1 no tempo normal, conquistando assim o título inédito.

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