Os tradicionais partidos perdem espaço e relevância nas eleições de 2024, dando lugar a novas legendas no cenário paulista.
25 de Dezembro de 2024 às 10h50

PT e PSDB enfrentam derrocada em São Paulo com novas forças políticas em ascensão

Os tradicionais partidos perdem espaço e relevância nas eleições de 2024, dando lugar a novas legendas no cenário paulista.

O cenário político em São Paulo, que por quase duas décadas foi dominado pelo PSDB e pelo PT, passa por uma transformação drástica. As eleições de 2024 evidenciaram uma queda acentuada na influência dessas legendas, que agora enfrentam um futuro incerto no estado onde foram fundadas.

Os tucanos, que outrora controlavam o governo estadual e lideravam o número de prefeituras, viram sua representatividade despencar. Em 2020, o PSDB elegeu 180 prefeitos, mas para 2025, esse número caiu drasticamente para apenas 22. A situação do PT é igualmente alarmante, com a legenda mantendo apenas quatro prefeituras, todas em municípios de pequeno porte.

O PSD, sob a liderança de Gilberto Kassab, emergiu como a nova força política em São Paulo, começando 2025 com 208 prefeitos, um aumento significativo em relação aos 67 conquistados em 2020. O PL, alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ocupa a segunda posição com 105 prefeituras, enquanto o Republicanos, ligado ao governador Tarcísio de Freitas, completa o trio de protagonistas com 87 cidades sob sua administração.

O PT, que esperava aumentar sua presença nas prefeituras paulistas, viu suas expectativas frustradas. A legenda, que tinha como meta governar 20 cidades, não conseguiu avançar e, ao contrário, perdeu a maioria de seus eleitores. As quatro cidades sob sua gestão, que em 2020 somavam 893 mil eleitores, terão apenas 391 mil no próximo ano, uma queda de mais de 500 mil votantes.

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Na Grande São Paulo, o PT mantém apenas a prefeitura de Mauá, onde Marcelo Oliveira foi reeleito. No interior, a legenda governa Matão, Santa Lúcia e Lucianópolis, municípios que não ultrapassam 100 mil habitantes. A soma da população dessas cidades é de pouco mais de 88 mil moradores, evidenciando a diminuição da relevância do partido.

O PSDB, por sua vez, enfrenta uma crise interna que agrava ainda mais sua situação. Segundo Elton Gomes, cientista político da Universidade Federal do Piauí, o partido carece de lideranças e pode estar se encaminhando para uma absorção por outra legenda. Gomes afirma que “o PSDB enfrenta atualmente uma profunda escassez de lideranças, o que, na minha opinião, torna mais provável que ele seja absorvido por outra legenda do que passar por uma fusão formal”.

A derrocada do PSDB e do PT é um reflexo de um cenário político em constante mudança, onde novas forças estão ganhando protagonismo. O impacto das eleições de 2024 sugere uma reconfiguração do mapa político paulista, com a ascensão de novos partidos e a queda de antigos gigantes.

Desde 2016, o PT não conseguiu se recuperar dos danos causados pela operação Lava Jato, que resultou na prisão de Lula e em condenações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Essa situação contribuiu para a perda de confiança do eleitorado, que agora busca alternativas em novas lideranças e partidos.

O resultado das eleições de 2024 não apenas altera a dinâmica política em São Paulo, mas também sinaliza um possível novo ciclo político no Brasil, onde a polarização entre PT e PSDB pode dar lugar a um ambiente mais plural e diversificado.

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