Ministro Luís Roberto Barroso define regras que limitam obrigatoriedade a operações específicas e regiões com equipamentos disponíveis
26 de Dezembro de 2024 às 22h45

STF estabelece diretrizes para uso de câmeras por policiais militares em SP

Ministro Luís Roberto Barroso define regras que limitam obrigatoriedade a operações específicas e regiões com equipamentos disponíveis

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, anunciou novas diretrizes para o uso de câmeras corporais por policiais militares no Estado de São Paulo. A decisão, que atende a um pedido do governo paulista, estabelece que a obrigatoriedade do uso dos equipamentos se restringe a operações de maior risco e em áreas onde as câmeras estejam disponíveis.

A medida foi tomada após o governo de São Paulo alegar que seria inviável implementar o uso de câmeras em todas as operações policiais, especialmente nas de rotina. O estado conta atualmente com 10.125 câmeras, número considerado insuficiente para equipar um efetivo de cerca de 80 mil policiais militares.

Segundo as novas regras, o uso das câmeras será obrigatório em operações de “grande envergadura”, em incursões em comunidades vulneráveis e em ações que respondam a ataques contra policiais. Barroso enfatizou a importância de que as câmeras sejam distribuídas estrategicamente, priorizando regiões com maior índice de letalidade policial, a fim de garantir a eficácia da medida.

O ministro destacou que, embora tenha definido três situações específicas em que o uso das câmeras é mandatório, isso não implica que o uso dos equipamentos seja irrelevante em outras circunstâncias. Ele afirmou que o Estado deve garantir que unidades que realizam patrulhamento preventivo e ostensivo também sejam contempladas com os dispositivos, conforme diretrizes que serão divulgadas posteriormente.

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Barroso também ressaltou que a implementação das câmeras deve ser feita de forma a fortalecer a segurança pública, assegurando que a presença dos equipamentos contribua para a transparência das ações policiais e a proteção dos direitos dos cidadãos.

Essa decisão ocorre em um contexto de crescente preocupação com a violência policial no Brasil, especialmente em São Paulo, onde episódios recentes levantaram questões sobre a necessidade de maior controle e supervisão das ações dos agentes de segurança. A utilização de câmeras corporais é vista como uma medida que pode ajudar a prevenir abusos e garantir a responsabilização em casos de excessos.

O governo de São Paulo, por sua vez, se comprometeu a trabalhar em conjunto com o STF para viabilizar a implementação das novas diretrizes, buscando soluções que garantam tanto a segurança dos policiais quanto a proteção dos direitos dos cidadãos. A expectativa é que a medida traga mais transparência e confiança nas ações da Polícia Militar, contribuindo para uma relação mais harmoniosa entre a corporação e a sociedade.

As novas regras estabelecidas por Barroso são um passo significativo na busca por uma polícia mais responsável e transparente, refletindo a necessidade de um equilíbrio entre a segurança pública e os direitos humanos. O impacto dessa decisão será acompanhado de perto por especialistas e pela sociedade civil, que esperam que a implementação das câmeras possa realmente trazer mudanças positivas na atuação policial.

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