STF estabelece diretrizes para uso de câmeras por policiais militares em SP
Ministro Luís Roberto Barroso define regras que limitam obrigatoriedade a operações específicas e regiões com equipamentos disponíveis
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, anunciou novas diretrizes para o uso de câmeras corporais por policiais militares no Estado de São Paulo. A decisão, que atende a um pedido do governo paulista, estabelece que a obrigatoriedade do uso dos equipamentos se restringe a operações de maior risco e em áreas onde as câmeras estejam disponíveis.
A medida foi tomada após o governo de São Paulo alegar que seria inviável implementar o uso de câmeras em todas as operações policiais, especialmente nas de rotina. O estado conta atualmente com 10.125 câmeras, número considerado insuficiente para equipar um efetivo de cerca de 80 mil policiais militares.
Segundo as novas regras, o uso das câmeras será obrigatório em operações de “grande envergadura”, em incursões em comunidades vulneráveis e em ações que respondam a ataques contra policiais. Barroso enfatizou a importância de que as câmeras sejam distribuídas estrategicamente, priorizando regiões com maior índice de letalidade policial, a fim de garantir a eficácia da medida.
O ministro destacou que, embora tenha definido três situações específicas em que o uso das câmeras é mandatório, isso não implica que o uso dos equipamentos seja irrelevante em outras circunstâncias. Ele afirmou que o Estado deve garantir que unidades que realizam patrulhamento preventivo e ostensivo também sejam contempladas com os dispositivos, conforme diretrizes que serão divulgadas posteriormente.
Barroso também ressaltou que a implementação das câmeras deve ser feita de forma a fortalecer a segurança pública, assegurando que a presença dos equipamentos contribua para a transparência das ações policiais e a proteção dos direitos dos cidadãos.
Essa decisão ocorre em um contexto de crescente preocupação com a violência policial no Brasil, especialmente em São Paulo, onde episódios recentes levantaram questões sobre a necessidade de maior controle e supervisão das ações dos agentes de segurança. A utilização de câmeras corporais é vista como uma medida que pode ajudar a prevenir abusos e garantir a responsabilização em casos de excessos.
O governo de São Paulo, por sua vez, se comprometeu a trabalhar em conjunto com o STF para viabilizar a implementação das novas diretrizes, buscando soluções que garantam tanto a segurança dos policiais quanto a proteção dos direitos dos cidadãos. A expectativa é que a medida traga mais transparência e confiança nas ações da Polícia Militar, contribuindo para uma relação mais harmoniosa entre a corporação e a sociedade.
As novas regras estabelecidas por Barroso são um passo significativo na busca por uma polícia mais responsável e transparente, refletindo a necessidade de um equilíbrio entre a segurança pública e os direitos humanos. O impacto dessa decisão será acompanhado de perto por especialistas e pela sociedade civil, que esperam que a implementação das câmeras possa realmente trazer mudanças positivas na atuação policial.
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