Ministérios brasileiros se comprometem a demonstrar que exportações não prejudicam a indústria local chinesa
27 de Dezembro de 2024 às 18h19

Governo brasileiro responde a investigação da China sobre carne bovina importada

Ministérios brasileiros se comprometem a demonstrar que exportações não prejudicam a indústria local chinesa

Na última sexta-feira, 27 de dezembro, o governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou que está ciente da investigação iniciada pelo Ministério do Comércio da China. A apuração visa verificar se o aumento das importações de carne bovina está impactando negativamente o setor produtivo chinês.

A nota oficial, que conta com a assinatura dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e Relações Exteriores, afirma que “o governo buscará demonstrar que a carne bovina brasileira exportada à China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa”.

A investigação abrange todos os países que exportam carne bovina para a China e analisará dados desde 2019 até o primeiro semestre de 2024. A expectativa é que o processo dure cerca de oito meses, sem a adoção de medidas preliminares, mantendo-se a tarifa de 12% “ad valorem” aplicada sobre as importações desse produto.

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A China se consolidou como o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, com vendas que, em 2024, ultrapassaram 1 milhão de toneladas, representando um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados do Ministério da Economia.

“Durante os próximos meses, seguindo o curso e os prazos legais da investigação, o governo brasileiro, em conjunto com o setor exportador, buscará demonstrar que a carne bovina brasileira exportada à China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa, sendo, pelo contrário, um importante fator de complementariedade da produção local chinesa”, destacou a nota oficial.

Além disso, as pastas reafirmaram seu compromisso em defender os interesses do agronegócio brasileiro, respeitando as decisões soberanas da China e buscando um diálogo construtivo em busca de soluções que beneficiem ambas as partes.

O cenário se torna ainda mais relevante considerando que, nos últimos anos, o preço da carne bovina na China apresentou uma tendência de queda, atribuída ao excesso de oferta e à falta de demanda, em um contexto de desaceleração econômica. As importações de carne bovina aumentaram significativamente, com dados apontando um crescimento de 65% em relação a 2019.

As autoridades brasileiras enfatizam que a relação comercial com a China deve ser vista como uma oportunidade de complementaridade, e não como uma ameaça ao setor produtivo local. O governo brasileiro se compromete a trabalhar em conjunto com o setor exportador para garantir que a carne bovina brasileira continue a ser um produto valorizado no mercado chinês.

Por fim, a investigação e suas implicações para o comércio bilateral serão acompanhadas de perto, com o objetivo de assegurar que os interesses do agronegócio brasileiro sejam preservados, ao mesmo tempo em que se respeitam as preocupações legítimas do parceiro comercial.

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