
Mandado de prisão é solicitado contra o ex-presidente da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol
Após sua tentativa de impor a lei marcial, Yoon Suk Yeol enfrenta investigações que podem levar à sua prisão.
As autoridades da Coreia do Sul solicitaram um mandado de prisão contra o ex-presidente Yoon Suk Yeol, que foi destituído em 14 de dezembro. O pedido foi feito em decorrência de sua tentativa fracassada de impor a lei marcial no início deste mês, um ato que gerou uma grave crise política no país.
Yoon, que se recusou a comparecer a um interrogatório policial por três vezes, é acusado de abuso de autoridade e de orquestrar uma rebelião ao declarar a lei marcial em 3 de dezembro. Essa medida, que durou apenas algumas horas, foi revertida após a votação no Parlamento que a rejeitou.
De acordo com o Gabinete de Investigação da Corrupção para Funcionários de Alto Nível, o ex-presidente teria autorizado o uso da força militar para invadir o Parlamento e impedir que os deputados votassem contra sua decisão. Um relatório da promotoria revelou que Yoon teria dito ao chefe do comando de defesa de Seul, Lee Jin-woo, que as tropas poderiam agir com violência caso necessário.
“Eles ainda não entraram? O que estão fazendo? Arrombe a porta e tire-os de lá, mesmo que seja atirando neles”, teria declarado Yoon, conforme o documento da investigação.


A situação se agrava com a destituição do primeiro-ministro interino Han Duck-soo, que foi removido do cargo por sua suposta tentativa de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Yoon. O novo chefe de estado interino, Choi Sang-mok, prometeu trabalhar para resolver a crise governamental.
O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul agora tem seis meses para decidir se valida ou não a destituição de Yoon. Se a decisão for pela manutenção do impeachment, novas eleições presidenciais deverão ser convocadas em um prazo de dois meses.
Além disso, a investigação sobre Yoon é a primeira na história do país a solicitar um mandado de prisão contra um presidente em exercício. O ex-presidente, que já enfrenta acusações de insurreição, pode ser condenado a penas severas, incluindo a prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte.
A crise política na Coreia do Sul continua a se intensificar, com a população dividida sobre as ações de Yoon e as consequências de sua tentativa de golpe. O futuro político do ex-presidente e do país permanece incerto, à medida que as investigações avançam.
As autoridades agora aguardam a decisão do tribunal sobre o pedido de mandado de prisão, que poderá ter um impacto significativo na já tumultuada situação política sul-coreana.
Veja também: