Mandado de prisão é emitido contra presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol
Yoon Suk Yeol enfrenta investigação criminal após decreto de lei marcial que restringiu direitos civis
Um tribunal da Coreia do Sul emitiu nesta terça-feira (31) um mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol. A decisão ocorre em meio a uma investigação criminal que apura a imposição de uma lei marcial, decretada em 3 de dezembro, que restringiu direitos civis no país.
Yoon, que já havia sido suspenso do cargo devido a um impeachment, é acusado de insurreição por ter declarado a lei marcial sob a justificativa de combater uma suposta ameaça de “agentes pró-Coreia do Norte”. A medida, que durou cerca de seis horas, foi amplamente criticada e considerada uma tentativa de autogolpe.
Após o anúncio do mandado de prisão, o líder interino do governista Partido do Poder do Povo (PPP) se manifestou, afirmando que é inapropriado tentar prender um presidente em exercício. A situação política na Coreia do Sul se tornou ainda mais tensa com a recente destituição de Yoon, que foi afastado do cargo após a aprovação do impeachment pelo Parlamento.
As investigações apontam que Yoon teria abusado de seu poder ao ordenar a entrada de tropas na Assembleia Nacional, impedindo que parlamentares votassem contra o decreto da lei marcial. A medida gerou protestos em massa, com a população se mobilizando contra o que consideraram uma violação dos direitos democráticos.
O ex-presidente, que nega as acusações, argumenta que a imposição da lei marcial foi um “ato de governança” necessário para alertar o partido de oposição sobre um suposto abuso no Poder Legislativo. Entretanto, os parlamentares e a sociedade civil se opuseram veementemente à sua decisão, levando a um clima de instabilidade política no país.
Atualmente, um julgamento no Tribunal Constitucional está em andamento para decidir se Yoon poderá retomar o cargo ou se será removido permanentemente. A corte tem um prazo de 180 dias para chegar a uma decisão.
A crise política se intensificou ainda mais com o impeachment do primeiro-ministro interino, Han Duck-soo, que ocorreu na última sexta-feira (28), apenas duas semanas após a destituição de Yoon. Os parlamentares acusaram Han de tentar beneficiar Yoon ao não indicar juízes para completar o tribunal que analisa o caso do presidente afastado.
A situação na Coreia do Sul continua a evoluir, com a população atenta aos desdobramentos das investigações e ao futuro político do país, que enfrenta um dos momentos mais críticos de sua história recente.
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