Operação prossegue com uso de embarcações e drones, enquanto 12 mortes são confirmadas e cinco permanecem desaparecidas.
02 de Janeiro de 2025 às 16h33

Marinha suspende buscas subaquáticas após queda da ponte Juscelino Kubitschek no Tocantins

Operação prossegue com uso de embarcações e drones, enquanto 12 mortes são confirmadas e cinco permanecem desaparecidas.

As operações de busca por desaparecidos após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins, foram suspensas nesta quinta-feira (2) pela Marinha do Brasil. A decisão foi comunicada em nota oficial, que informou que os trabalhos continuarão apenas com o uso de embarcações e equipamentos aéreos não tripulados.

De acordo com o Comando do 4º Distrito Naval, a interrupção das buscas subaquáticas se deu pela necessidade de abertura das comportas da usina hidrelétrica operada pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste). A medida foi motivada pelo aumento das chuvas na região, que exigiu um aumento no volume de vazão do reservatório. “Ao adotar esse procedimento, o Ceste pretende regularizar o volume represado”, esclareceu o comunicado.

Antes da suspensão, a vazão da hidrelétrica havia sido reduzida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para garantir a segurança do armazenamento de água e permitir a continuidade das buscas. Até o momento, foram confirmadas 12 mortes e cinco pessoas permanecem desaparecidas.

Na quarta-feira (1º), os esforços das equipes de resgate se concentraram na localização de uma picape modelo S-10, que estava submersa a 42 metros de profundidade. Contudo, não foi encontrada nenhuma vítima dentro do veículo. Desde o início da operação, a Marinha disponibilizou canais de comunicação para que a população possa relatar qualquer situação que represente risco nas vias navegáveis, tanto para a segurança humana quanto para a preservação ambiental.

As ocorrências podem ser comunicadas pelos telefones do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185) e da Capitania dos Portos do Maranhão, que atende pelo número 0800-098-8432 e (98) 2107-0121.

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A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, localizada sobre o Rio Tocantins, desabou no dia 22 de dezembro de 2024, enquanto diversos veículos transitavam sobre ela. Entre os veículos que caíram, estavam caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, o que levantou preocupações sobre a contaminação das águas do rio.

Uma sala de crise foi criada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) para monitorar a qualidade da água do Rio Tocantins, com a participação de vários órgãos ambientais. Em reuniões já realizadas, foi confirmada a ausência de alterações significativas na qualidade da água após o acidente.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) notificou as empresas responsáveis pelas cargas dos caminhões que caíram no rio, exigindo a retirada das substâncias submersas. O monitoramento da qualidade da água está sendo realizado diariamente, devido ao risco de vazamentos e contaminação que possam prejudicar o abastecimento hídrico.

As investigações sobre as causas do desabamento da ponte estão sendo conduzidas pelas Superintendências Regionais da Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins. Para reforçar os trabalhos periciais, uma equipe composta por dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente foi enviada de Brasília ao local do acidente.

No dia 31 de dezembro de 2024, o Ministério dos Transportes anunciou que a empresa responsável pela reconstrução da ponte já foi contratada de forma emergencial, com um investimento previsto de R$171 milhões. O Consórcio Penedo-Neópolis será encarregado das obras, que devem ser concluídas até dezembro de 2025.

O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Fabrício Galvão, afirmou: “A nova ponte terá acostamento, passeio, ciclovia e será 7 metros mais larga que a anterior. Esse valor inclui a demolição da ponte atual, novas fundações e a melhoria dos acessos das duas cidades.”

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