Reajuste do salário mínimo em 2025 traz novas regras de correção anual
Novo decreto estabelece limites para aumento real do salário mínimo até 2030, afetando milhões de brasileiros.
A virada do ano trouxe mudanças significativas para os trabalhadores brasileiros, com a implementação de um novo decreto que estabelece regras para o reajuste do salário mínimo. Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 27 de dezembro, o decreto define a partir de 1º de janeiro de 2025 um novo valor para o piso salarial, além de novas diretrizes para a correção anual desse montante.
Com a nova norma, o salário mínimo será ajustado em conformidade com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A correção do salário mínimo será limitada a um aumento real de 2,5% entre 2025 e 2030, conforme estipulado pela nova legislação.
O reajuste representa um aumento de R$ 106 em relação ao ano anterior, o que equivale a uma alta de 7,5%. Este novo valor será aplicado a todos os trabalhadores que recebem o salário mínimo, além de impactar benefícios sociais que são atrelados a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 59 milhões de pessoas no Brasil têm seus rendimentos vinculados ao salário mínimo. Isso inclui não apenas trabalhadores ativos, mas também aposentados e pensionistas que dependem desse valor para sua subsistência.
A nova regra de reajuste foi sancionada como parte de um pacote de medidas do governo federal, que visa equilibrar as contas públicas e limitar o crescimento das despesas relacionadas ao salário mínimo. A expectativa é que essa medida gere uma economia de até R$ 15,3 bilhões nos próximos anos, uma vez que diversos benefícios sociais são ajustados com base no salário mínimo.
O cálculo do novo valor do salário mínimo leva em consideração a inflação acumulada nos 12 meses até novembro do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. Para 2025, o INPC foi de 4,84% e o PIB de 2023 cresceu 3,2%. Contudo, a nova regra que limita o aumento real resultou em uma redução de aproximadamente R$ 10 no reajuste, segundo fontes do governo.
Além disso, o novo teto de crescimento do salário mínimo impacta diretamente a estrutura de benefícios sociais, uma vez que muitos deles são reajustados anualmente com base no piso salarial. Isso significa que, à medida que o salário mínimo é ajustado, as despesas públicas associadas a esses benefícios também são afetadas.
O governo argumenta que a implementação dessas novas regras é essencial para garantir a sustentabilidade fiscal do país, especialmente em um cenário econômico desafiador. A medida visa evitar que o aumento do salário mínimo comprometa a capacidade do governo de manter seus programas sociais e de investimento.
Com a mudança, o governo espera que a política de valorização do salário mínimo se mantenha, mas dentro de limites que não comprometam a economia nacional. A expectativa é que, com o tempo, essa abordagem permita um crescimento mais sustentável e equilibrado do salário mínimo, refletindo tanto a inflação quanto o desempenho econômico do país.
O impacto dessas mudanças será sentido por milhões de brasileiros, que dependem do salário mínimo para suas necessidades básicas. A nova regra de reajuste é um passo importante para a gestão fiscal do país, mas também levanta questões sobre a capacidade de os trabalhadores manterem seu poder de compra em um cenário de inflação e crescimento econômico moderado.
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