Novo decreto estabelece limites para aumento real do salário mínimo até 2030, afetando milhões de brasileiros.
03 de Janeiro de 2025 às 10h03

Reajuste do salário mínimo em 2025 traz novas regras de correção anual

Novo decreto estabelece limites para aumento real do salário mínimo até 2030, afetando milhões de brasileiros.

A virada do ano trouxe mudanças significativas para os trabalhadores brasileiros, com a implementação de um novo decreto que estabelece regras para o reajuste do salário mínimo. Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 27 de dezembro, o decreto define a partir de 1º de janeiro de 2025 um novo valor para o piso salarial, além de novas diretrizes para a correção anual desse montante.

Com a nova norma, o salário mínimo será ajustado em conformidade com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A correção do salário mínimo será limitada a um aumento real de 2,5% entre 2025 e 2030, conforme estipulado pela nova legislação.

O reajuste representa um aumento de R$ 106 em relação ao ano anterior, o que equivale a uma alta de 7,5%. Este novo valor será aplicado a todos os trabalhadores que recebem o salário mínimo, além de impactar benefícios sociais que são atrelados a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 59 milhões de pessoas no Brasil têm seus rendimentos vinculados ao salário mínimo. Isso inclui não apenas trabalhadores ativos, mas também aposentados e pensionistas que dependem desse valor para sua subsistência.

A nova regra de reajuste foi sancionada como parte de um pacote de medidas do governo federal, que visa equilibrar as contas públicas e limitar o crescimento das despesas relacionadas ao salário mínimo. A expectativa é que essa medida gere uma economia de até R$ 15,3 bilhões nos próximos anos, uma vez que diversos benefícios sociais são ajustados com base no salário mínimo.

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O cálculo do novo valor do salário mínimo leva em consideração a inflação acumulada nos 12 meses até novembro do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. Para 2025, o INPC foi de 4,84% e o PIB de 2023 cresceu 3,2%. Contudo, a nova regra que limita o aumento real resultou em uma redução de aproximadamente R$ 10 no reajuste, segundo fontes do governo.

Além disso, o novo teto de crescimento do salário mínimo impacta diretamente a estrutura de benefícios sociais, uma vez que muitos deles são reajustados anualmente com base no piso salarial. Isso significa que, à medida que o salário mínimo é ajustado, as despesas públicas associadas a esses benefícios também são afetadas.

O governo argumenta que a implementação dessas novas regras é essencial para garantir a sustentabilidade fiscal do país, especialmente em um cenário econômico desafiador. A medida visa evitar que o aumento do salário mínimo comprometa a capacidade do governo de manter seus programas sociais e de investimento.

Com a mudança, o governo espera que a política de valorização do salário mínimo se mantenha, mas dentro de limites que não comprometam a economia nacional. A expectativa é que, com o tempo, essa abordagem permita um crescimento mais sustentável e equilibrado do salário mínimo, refletindo tanto a inflação quanto o desempenho econômico do país.

O impacto dessas mudanças será sentido por milhões de brasileiros, que dependem do salário mínimo para suas necessidades básicas. A nova regra de reajuste é um passo importante para a gestão fiscal do país, mas também levanta questões sobre a capacidade de os trabalhadores manterem seu poder de compra em um cenário de inflação e crescimento econômico moderado.

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