Após a morte de quatro macacos bugio por febre amarela, autoridades de saúde reforçam a vacinação na região e buscam crianças não imunizadas.
05 de Janeiro de 2025 às 12h08

Ribeirão Preto intensifica vacinação contra febre amarela após mortes de macacos bugio

Após a morte de quatro macacos bugio por febre amarela, autoridades de saúde reforçam a vacinação na região e buscam crianças não imunizadas.

Quatro macacos bugio foram encontrados mortos na mata do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, na semana entre o Natal e o Ano Novo. Os animais foram vítimas de febre amarela, o que mobilizou as autoridades de saúde da região para uma resposta rápida e eficaz.

De acordo com informações da Prefeitura, até o momento não há registros da doença em humanos. Contudo, para prevenir qualquer eventualidade, a vacinação será intensificada. Desde a última quinta-feira, 2, a Secretaria Municipal de Saúde recebeu 20 mil doses da vacina, através de articulações com o Estado e outros municípios, totalizando cerca de 23 mil doses disponíveis para a população.

As equipes da Vigilância Epidemiológica iniciaram, na sexta-feira, 3, a imunização de pessoas que residem ou trabalham no campus e que ainda não foram vacinadas. Além disso, será realizada uma busca ativa para vacinar cerca de 4 mil crianças que ainda não receberam a imunização.

O secretário de Saúde, Mauricio Godinho, enfatizou a importância da vacinação e tranquilizou a população: “A secretaria está entrando em contato com todas essas famílias para que as crianças sejam vacinadas. Não é preciso que a população faça filas nos postos de saúde”, afirmou durante uma coletiva de imprensa.

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O calendário vacinal estabelece que a primeira dose da vacina deve ser administrada aos 9 meses de idade, seguida de uma segunda dose aos 4 anos. Para pessoas com mais de 5 anos que não foram vacinadas anteriormente, é utilizado um esquema de dose única.

A USP notificou a Unidade de Vigilância de Zoonoses para que os macacos encontrados mortos fossem submetidos a necropsia. As amostras coletadas foram enviadas ao laboratório de virologia da Faculdade de Medicina, onde a infecção dos animais pelo vírus da febre amarela foi confirmada.

Após a confirmação, o pesquisador e professor de infectologia Benedito Fonseca fez um apelo à população para que não mate os macacos. “Por enquanto, não há nenhum motivo para alarme, pois esse vírus está circulando apenas no setor de matas e nesses macacos”, disse. “É muito importante que não sejam dizimados, porque eles também nos servem para alertar que o vírus está circulando nessa localidade”, completou.

Os macacos não transmitem a febre amarela diretamente. Embora sejam hospedeiros da doença em seu ciclo silvestre, a transmissão ocorre apenas por meio de mosquitos infectados. Em áreas de mata, o vírus é transmitido por mosquitos dos gêneros Haemagogues e Sabethes, enquanto em regiões urbanas, o vetor é o Aedes aegypti, que também é responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya.

O infectologista Benedito Fonseca também ressaltou a importância da vacinação: “Temos uma vacina muito boa, de alta eficácia, que requer apenas uma dose para a vida toda. Quem ainda não foi vacinado, por favor, vacine-se. É o principal meio de proteção contra a infecção pelo vírus”, concluiu.

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