Caso ocorreu em Salvador; Polícia Civil investiga agressões e ameaças contra funcionárias.
06 de Janeiro de 2025 às 10h11

Funcionárias de pet shop na Bahia denunciam injúria racial e agressão de cliente

Caso ocorreu em Salvador; Polícia Civil investiga agressões e ameaças contra funcionárias.

No último sábado (4), um incidente de injúria racial e agressão foi registrado em um pet shop localizado no bairro do Imbuí, em Salvador, Bahia. Duas funcionárias e a gerente do estabelecimento, que pertence à rede Petz, relataram ter sido vítimas de agressões e ameaças por parte de uma cliente, que se autodenominou juíza.

De acordo com os relatos, a cliente, identificada como Camilla Ferraz Barros, gerente de operações da Rede Mater Dei, teria se exaltado durante o atendimento e, em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível vê-la proferindo ofensas como “petista, baixa e preta” enquanto tentava tomar o celular de uma das funcionárias que a filmava.

A cliente alegou que foi agredida e xingada por vários funcionários e seguranças do local, além de afirmar que foi filmada sem consentimento. No entanto, as funcionárias contestam essa versão, afirmando que foram alvo de injúrias raciais e agressões físicas.

Após a repercussão do caso, a Rede Mater Dei emitiu uma nota repudiando qualquer forma de discriminação e anunciou a abertura de uma sindicância interna para apurar os fatos. A instituição destacou que a colaboradora envolvida no incidente será afastada de suas funções até a conclusão da investigação.

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A Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB) também se manifestou, esclarecendo que Camilla não faz parte da Magistratura baiana e reiterando seu repúdio a qualquer prática de racismo, que é considerada crime sob a legislação brasileira.

O Grupo Petz, por sua vez, também se pronunciou, afirmando que não tolera atitudes discriminatórias e que está colaborando com as investigações. A empresa acionou seus setores jurídico e de recursos humanos para oferecer apoio às funcionárias envolvidas, tanto nas questões jurídicas quanto nas psicológicas.

A Polícia Civil da Bahia já iniciou as investigações, realizando diligências e oitivas para esclarecer todas as circunstâncias do caso. O boletim de ocorrência foi registrado na 9ª Delegacia Territorial da Boca do Rio, onde o caso é tratado como injúria racial, lesão corporal culposa e ameaça.

O vídeo que viralizou nas redes sociais gerou ampla discussão sobre o racismo e a discriminação no Brasil, levantando questões sobre a necessidade de um ambiente mais respeitoso e inclusivo em todos os setores da sociedade.

As funcionárias, que preferiram não se identificar, relataram estar abaladas com a situação e esperam que as investigações sejam conduzidas de forma justa e rigorosa. O caso destaca a importância de se combater a discriminação racial e promover um ambiente seguro para todos.

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