A freira italiana Simona Brambilla assume a liderança do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
06 de Janeiro de 2025 às 14h15

Papa Francisco nomeia Simona Brambilla como a primeira mulher a chefiar dicastério no Vaticano

A freira italiana Simona Brambilla assume a liderança do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

O papa Francisco fez história nesta segunda-feira, 6, ao nomear a freira italiana Simona Brambilla, de 59 anos, como a primeira mulher a chefiar um dicastério no Vaticano. Brambilla assumirá o comando do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, onde será responsável por supervisionar todas as ordens religiosas da Igreja Católica.

Antes de sua nomeação, Simona Brambilla já ocupava a posição de secretária do mesmo dicastério desde outubro de 2023. Ela é ex-superiora geral das Missionárias da Consolata, uma congregação religiosa que atua em diversas partes do mundo, incluindo Moçambique, onde Brambilla trabalhou como missionária após se formar em enfermagem.

A nomeação de Brambilla marca um avanço significativo na inclusão feminina na hierarquia da Igreja Católica, que, embora tenha permitido que mulheres ocupem cargos de liderança em dicastérios desde 2022, não havia registrado até agora uma mulher no cargo de prefeita. O papa Francisco tem se comprometido a aumentar a participação feminina na Igreja, e essa nomeação é um reflexo desse esforço.

O Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica é responsável por regular e supervisionar as ordens religiosas, um papel que Brambilla está bem posicionada para desempenhar, dada sua experiência anterior na liderança de sua congregação. Ela substituirá o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, que ocupou o cargo desde 2011.

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Além de Brambilla, o papa também nomeou o cardeal espanhol Ángel Fernández Artime como pró-prefeito do mesmo dicastério. A divisão de funções entre os dois líderes ainda não foi detalhada, mas a presença de um homem em um cargo de liderança ao lado de Brambilla levanta questões sobre a dinâmica de poder dentro da estrutura vaticana.

De acordo com informações do Vaticano, a participação feminina no quadro de funcionários da Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano aumentou de 19,2% em 2013 para 23,4% em 2023. Esse crescimento é visto como um sinal positivo de que a Igreja está se esforçando para ser mais inclusiva.

Apesar das mudanças, críticos apontam que as transformações ainda são insuficientes. Muitas mulheres, incluindo irmãs consagradas, continuam a ser relegadas a papéis secundários dentro da Igreja, sem o reconhecimento e os direitos que merecem. A nomeação de Brambilla, embora significativa, é apenas um passo em direção a uma maior equidade de gênero na Igreja Católica.

Simona Brambilla, nascida em Monza, Itália, é uma figura respeitada dentro da Igreja e sua nova posição representa não apenas um marco pessoal, mas também um símbolo de mudança para a liderança feminina na Igreja Católica. O papa Francisco, desde o início de seu pontificado, tem promovido a ideia de uma Igreja mais aberta e inclusiva, e a nomeação de Brambilla é um reflexo desse compromisso.

O impacto dessa nomeação será observado com atenção, especialmente em um momento em que a Igreja enfrenta desafios relacionados à sua estrutura de poder e à necessidade de se adaptar às demandas contemporâneas por igualdade e inclusão.

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