A união das duas principais agências de imagens dos EUA visa fortalecer a competitividade em um mercado em transformação pela IA.
07 de Janeiro de 2025 às 11h48

Fusão entre Getty Images e Shutterstock cria gigante de US$ 3,7 bilhões no setor visual

A união das duas principais agências de imagens dos EUA visa fortalecer a competitividade em um mercado em transformação pela IA.

A Getty Images Holdings anunciou nesta terça-feira (7) a fusão com a Shutterstock, resultando em uma nova empresa avaliada em aproximadamente US$ 3,7 bilhões, incluindo dívidas. Este acordo une duas das maiores fornecedoras de conteúdo visual licenciado nos Estados Unidos, em um momento em que a inteligência artificial está revolucionando o setor de criação de imagens.

O acordo prevê que a Getty Images pague cerca de US$ 28,85 em dinheiro ou ofereça aproximadamente 13,67 ações da empresa para cada ação da Shutterstock. Os acionistas da Shutterstock terão a opção de receber um pagamento que combina dinheiro e ações da Getty, com a empresa prevendo desembolsar US$ 331 milhões em dinheiro e 319,4 milhões de suas próprias ações.

Após a conclusão da fusão, os acionistas da Getty Images deterão cerca de 54,7% da nova companhia, enquanto os acionistas da Shutterstock ficarão com os 45,3% restantes. Craig Peters, atual CEO da Getty Images, continuará no cargo na nova entidade.

A fusão não apenas combina as vastas bibliotecas de fotos, ilustrações e vídeos da Getty Images com a plataforma pesquisável da Shutterstock, mas também visa gerar economias significativas, estimadas entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões nos três anos seguintes à conclusão do acordo.

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O anúncio da fusão provocou uma reação positiva no mercado, com as ações da Shutterstock subindo até 44% nas negociações pré-mercado, enquanto as da Getty Images dispararam até 100%. Ambas as empresas acreditam que a união permitirá a redução de custos e o aumento da rentabilidade, oferecendo um portfólio mais amplo de serviços para os setores de mídia, publicidade e criação de conteúdo.

Entretanto, a fusão também levanta questões sobre a regulamentação antitruste, especialmente em um cenário onde a administração atual dos Estados Unidos pode ter uma abordagem diferente em relação a fusões entre grandes empresas. A expectativa é que a transação atraia um intenso escrutínio regulatório, mas os negociadores estão otimistas quanto a uma possível aceitação por parte dos reguladores.

A Getty Images, cofundada em 1995 por Mark Getty, membro da famosa família Getty, tem uma longa história de operações no mercado, incluindo períodos de privatização e reestruturação. A empresa, que possui cerca de US$ 1,4 bilhão em dívidas, viu seu valor de mercado cair cerca de 73% desde sua abertura de capital em julho de 2022. A Shutterstock, por sua vez, também enfrentou desafios, com uma queda de 50% em seu valor no mesmo período.

Com a crescente demanda por conteúdos visuais de alta qualidade, a fusão entre Getty Images e Shutterstock representa uma resposta estratégica às pressões do mercado, especialmente diante do avanço de ferramentas de inteligência artificial que oferecem alternativas mais rápidas e econômicas para a criação de imagens.

O novo grupo, Getty Images Holdings, continuará listado na Bolsa de Valores de Nova York, mantendo a sigla “GETY”. A expectativa é que a união não apenas fortaleça a posição das empresas no mercado, mas também crie novas oportunidades para inovação e investimento no setor de conteúdo visual.

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