Nicolás Maduro, acusado de fraudes eleitorais, ativa forças armadas para garantir sua posse.
08 de Janeiro de 2025 às 07h09

Mobilização militar na Venezuela marca véspera da posse de Maduro como fraudador

Nicolás Maduro, acusado de fraudes eleitorais, ativa forças armadas para garantir sua posse.

A Venezuela se prepara para um momento tenso em sua história política, com a mobilização de militares e policiais ordenada por Nicolás Maduro, que se autoproclama presidente, às vésperas de sua posse para um terceiro mandato. A cerimônia está marcada para o dia 10 de janeiro, mas Maduro já enfrenta intensas denúncias de fraude eleitoral, especialmente por parte da oposição, que reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia.

Na noite desta terça-feira (7), Maduro ativou o "Órgão de Defesa Integral da Venezuela" (ODI), um aparato que reúne todo o poder político do país, incluindo a Força Armada Nacional Bolivariana, a Milícia Nacional Bolivariana e todas as forças policiais. Durante um ato em frente ao palácio presidencial, ele enfatizou a importância dessa mobilização, afirmando que as ODI devem garantir a "vitória exemplar da paz da Venezuela" nos dias que se aproximam.

“Que se ativem a partir de hoje mesmo à noite, durante os dias 8 e 9 [de janeiro] a nível nacional, e as ODI ativadas integralmente em todos os estados, municípios, paróquias e comunidades garantam o que será a vitória exemplar da paz da Venezuela nos dias que estão por vir”, ordenou Maduro.

O líder venezuelano, que é considerado ilegítimo por muitos, também anunciou a captura de sete "mercenários" estrangeiros, incluindo dois cidadãos americanos, três ucranianos e dois colombianos. Essas detenções se somam a outras 125 prisões realizadas entre novembro e dezembro, que o governo atribui a um suposto plano terrorista, em meio à crise política que se intensificou após as eleições de 28 de julho do ano passado.

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As acusações de complôs contra Maduro são frequentes, e ele não hesitou em apontar a oposição como responsável por supostos planos de desestabilização. Em particular, ele acusou González Urrutia e a líder da oposição, María Corina Machado, de incitar a violência e a desordem no país.

Antonio Díaz, tenente da Milícia, um braço armado formado por civis, expressou sua disposição em apoiar Maduro. “Vamos empossá-los no dia 10 de janeiro [...] queremos respeito por nosso país e faremos com que ele seja respeitado, aconteça o que acontecer. E aqui temos as nossas armas e vamos defender o país, se possível, com as nossas vidas”, afirmou, enquanto exibia um fuzil.

A situação na Venezuela continua a ser marcada por incertezas e tensões, com a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos. A mobilização militar e as acusações de fraude eleitoral colocam o país em um estado de alerta, enquanto Maduro tenta consolidar seu poder em um ambiente de crescente oposição.

As próximas horas serão cruciais para determinar o rumo da política venezuelana e a estabilidade da região. A resistência da oposição e a resposta do governo de Maduro serão observadas de perto, à medida que o dia da posse se aproxima.

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