A população venezuelana se mobiliza contra a posse de Nicolás Maduro, que fraudou eleições e é visto como ilegítimo.
09 de Janeiro de 2025 às 15h15

Protestos marcam véspera da posse de Maduro, considerado ditador pela oposição

A população venezuelana se mobiliza contra a posse de Nicolás Maduro, que fraudou eleições e é visto como ilegítimo.

Na véspera da posse de Nicolás Maduro, marcada para esta sexta-feira (10), a população da Venezuela saiu às ruas em diversas cidades para protestar contra o que consideram a continuidade de uma ditadura. Maduro, que já está no poder desde 2013, é amplamente considerado um ditador e não um presidente legítimo, especialmente após as eleições de julho de 2024, que foram amplamente contestadas.

Os manifestantes, apoiadores da oposição, se concentraram em Caracas e em outras grandes cidades, como Buenos Aires e Santiago, clamando por liberdade e pela restituição da democracia no país. A líder da oposição, María Corina Machado, que não pôde concorrer nas últimas eleições, convocou os venezuelanos a se unirem em protestos pacíficos.

“Neste momento, em toda a Venezuela, as pessoas estão se reunindo nas ruas... somos cada vez mais!”, declarou Machado em suas redes sociais, incentivando a população a manter a serenidade e a firmeza durante os protestos.

A eleição que deu a Maduro um novo mandato foi marcada por alegações de fraude. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou Maduro como vencedor, mas nunca apresentou a contagem dos votos, o que gerou desconfiança e revolta entre os opositores. A oposição, liderada por Edmundo González, alega que ele obteve mais de 73% dos votos, enquanto Maduro teria recebido apenas uma fração disso.

González, que se encontra fora do país, prometeu retornar a Caracas para assumir a presidência, afirmando que a vitória nas eleições de julho foi legítima. “Estou convencido de que a vontade do povo será respeitada”, disse ele em uma recente declaração.

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Além dos protestos em solo venezuelano, manifestações também ocorreram em várias cidades ao redor do mundo, incluindo na Austrália e na Malásia, onde a comunidade venezuelana se uniu em apoio a González e contra a posse de Maduro.

O governo de Maduro, por sua vez, tem intensificado a segurança nas ruas, especialmente em áreas estratégicas de Caracas, como o Palácio de Miraflores, onde se espera que a posse ocorra. As forças de segurança foram mobilizadas para conter qualquer tipo de agitação, e membros da oposição têm sido alvo de detenções e intimidações.

Enquanto isso, a comunidade internacional observa atentamente a situação. Países como o Canadá já reconheceram Edmundo González como o presidente eleito da Venezuela, reiterando o apoio à luta pela democracia no país. A ministra de Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, afirmou que seu país está ao lado dos venezuelanos que buscam a liberdade e a justiça.

Os protestos de hoje são um reflexo do descontentamento generalizado com o regime de Maduro, que é visto como ilegítimo pela população e pela comunidade internacional. A expectativa é que as manifestações continuem a crescer, à medida que mais venezuelanos se unam à luta pela democracia e pela restauração de seus direitos.

A situação na Venezuela permanece tensa, com a população dividida entre os que apoiam o regime de Maduro e aqueles que clamam por mudanças. A posse de Maduro, marcada para amanhã, é um evento que promete intensificar ainda mais os ânimos entre os diferentes grupos no país.

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