Reunião do Conselho Nacional de Previdência Social deve definir novo patamar para taxa de juros do consignado.
08 de Janeiro de 2025 às 18h06

Governo deve discutir aumento do teto de juros do crédito consignado do INSS

Reunião do Conselho Nacional de Previdência Social deve definir novo patamar para taxa de juros do consignado.

O governo federal convocou uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) para esta quinta-feira, 9 de janeiro, com o objetivo de discutir um possível aumento no teto de juros do crédito consignado destinado a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A taxa atualmente está fixada em 1,66% ao mês desde junho de 2024, mesmo diante dos sucessivos aumentos da taxa Selic, que passou de 10,50% para 12,25% no ano passado.

Representantes de instituições financeiras expressaram preocupações sobre a viabilidade da concessão de crédito consignado, alegando que a taxa estabelecida pelo governo está desatualizada em relação ao cenário econômico atual. O aumento dos juros no país tem impactado diretamente a capacidade dos bancos de oferecer esse tipo de crédito, que é amplamente utilizado por aposentados e pensionistas.

Dados apresentados aos Ministérios da Previdência e da Fazenda indicam que o spread médio dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas é de 0,51%, o que, somado a impostos e custos operacionais, torna a operação financeiramente inviável para os bancos. Essa situação levou algumas instituições a suspenderem a oferta do produto, especialmente por meio de correspondentes bancários, que implicam custos adicionais.

Entre os bancos que já interromperam a concessão de crédito consignado estão grandes instituições como Santander, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, além de bancos menores que enfrentam dificuldades para captar recursos. A norma do Banco Central proíbe a concessão de crédito quando a margem de rentabilidade é negativa, o que tem sido o caso para muitos bancos.

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Na última reunião do CNPS, realizada no mês passado, a maioria dos conselheiros decidiu manter o teto de juros, argumentando que, apesar da alta da Selic, ainda não havia evidências de queda nas concessões de crédito. O conselho é composto por seis representantes do Ministério da Previdência, seis representantes dos trabalhadores e três membros indicados pelos empregadores.

O crédito consignado permite que aposentados e pensionistas comprometam até 45% de sua renda mensal, sendo 35% para empréstimos pessoais, 5% para cartões de crédito e 5% para cartões de benefício. Os prazos para pagamento podem chegar a sete anos, o que torna essa modalidade de crédito uma opção popular entre os beneficiários do INSS.

Com a expectativa de que a reunião desta quinta-feira resulte em mudanças significativas, a atenção se volta para o impacto que um possível aumento no teto de juros pode ter na oferta de crédito e na vida financeira dos aposentados e pensionistas.

O cenário econômico atual, marcado por incertezas e altas taxas de juros, exige uma análise cuidadosa das decisões que serão tomadas pelo CNPS, especialmente em um momento em que a concessão de crédito se torna cada vez mais desafiadora para os bancos.

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