Decreto do prefeito Filipe Carielo visa impedir a exposição a conteúdos considerados impróprios nas escolas.
09 de Janeiro de 2025 às 15h00

Prefeitura de Carmo do Rio Claro proíbe funk em escolas para preservar alunos

Decreto do prefeito Filipe Carielo visa impedir a exposição a conteúdos considerados impróprios nas escolas.

A Prefeitura de Carmo do Rio Claro, localizada no interior de Minas Gerais, tomou uma decisão polêmica ao proibir a execução de músicas do gênero funk nas escolas municipais. O decreto, assinado pelo prefeito Filipe Carielo (PSD) e publicado na última segunda-feira (6), também abrange eventos promovidos por instituições de ensino e pela Secretaria Municipal de Educação.

O documento estabelece que músicas que contenham apologia ao crime, expressões pornográficas e linguajar obsceno estão vetadas nas escolas. A medida visa, segundo a administração municipal, preservar o desenvolvimento moral dos alunos e evitar a exposição a conteúdos que possam ser prejudiciais.

O prefeito Carielo justificou a proibição, afirmando que a decisão não se limita apenas ao funk, mas se aplica a qualquer gênero musical que contenha letras consideradas impróprias. “É uma música que não deveria passar nem perto da escola e estava sendo tocada no ambiente escolar. Por isso, decidimos cortar pela raiz e não permitir que o funk tocasse em escolas”, declarou o gestor.

Durante uma visita às escolas, Carielo percebeu que algumas músicas de funk estavam sendo executadas, o que gerou preocupação entre professores e diretores. Ele ressaltou que a intenção é evitar que os alunos se acostumem a consumir esse tipo de conteúdo, que considera inadequado.

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O decreto não se limita às salas de aula, mas também se aplica a eventos públicos destinados a crianças e adolescentes, como festas de carnaval e atividades recreativas. Além disso, a proibição abrange músicas de outros gêneros que apresentem letras de duplo sentido ou que façam apologia a comportamentos considerados impróprios.

Uma reunião com professores e diretores da rede municipal de ensino está prevista para discutir a implementação do decreto antes do início do ano letivo. A Secretaria Municipal de Educação será responsável pela fiscalização do cumprimento da norma, com a colaboração de diretores e professores, que deverão relatar qualquer descumprimento.

A decisão, no entanto, gerou controvérsias. Especialistas em educação e cultura levantam questões sobre a eficácia e a justiça da medida. Para alguns, a proibição é uma forma de proteger os jovens de conteúdos prejudiciais, enquanto outros argumentam que a medida pode ser vista como uma forma de censura e privação cultural.

A advogada Maria Alice Almeira Pereira, por exemplo, criticou o decreto, afirmando que ele é inconstitucional. “O ser humano é livre na sua expressão cultural. A Constituição garante essa liberdade”, disse a profissional.

As implicações dessa proibição podem se estender além do município de Carmo do Rio Claro, podendo abrir precedentes para outras cidades que enfrentam dilemas semelhantes. O debate sobre a liberdade cultural e a proteção social continua em pauta, à medida que a sociedade busca um equilíbrio entre esses dois aspectos.

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