A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi detida ao deixar manifestação contra o regime de Maduro nesta quinta-feira (9).
09 de Janeiro de 2025 às 16h57

María Corina Machado é presa após protesto contra a ditadura de Maduro em Caracas

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi detida ao deixar manifestação contra o regime de Maduro nesta quinta-feira (9).

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi presa nesta quinta-feira (9) ao deixar uma manifestação em Caracas contra o governo de Nicolás Maduro, amplamente considerado um ditador. A detenção ocorreu após sua primeira aparição pública em cinco meses, quando discursou para uma multidão de apoiadores na região de Chacao, na capital venezuelana.

De acordo com informações de sua equipe, Machado foi “violentamente interceptada” por agentes do regime, que dispararam contra as motocicletas que a transportavam. A localização da opositora após a prisão permanece desconhecida, o que gera ainda mais apreensão entre seus apoiadores e defensores dos direitos humanos.

A manifestação em que Machado participou faz parte de uma série de protestos organizados pela oposição em todo o país, com o objetivo de pressionar a ditadura de Maduro, que se prepara para a posse presidencial. Os atos ocorrem em um contexto de crescente insatisfação popular e denúncias de fraude nas recentes eleições, nas quais a oposição afirma ter vencido.

Em um comunicado, o partido de María Corina Machado denunciou a brutalidade dos agentes do regime e a falta de respeito aos direitos humanos, afirmando que a detenção é uma tentativa clara de silenciar a oposição. “A repressão não nos deterá. Continuaremos lutando pela liberdade e pela democracia na Venezuela”, declarou um porta-voz do partido.

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Machado, que já foi deputada e é uma das figuras mais proeminentes da oposição, enfrenta uma série de acusações infundadas pelo Ministério Público da Venezuela, que alega que ela estaria envolvida em atividades subversivas. Em um artigo publicado no “The Wall Street Journal”, a opositora revelou que estava escondida por temer pela própria vida, uma situação que reflete a grave crise de direitos humanos no país.

As eleições de 28 de julho, que resultaram na reeleição de Maduro, foram amplamente contestadas. A autoridade eleitoral, controlada por aliados do regime, declarou vitória para Maduro, mas não apresentou os resultados detalhados, o que levantou suspeitas de fraude. A oposição, por sua vez, reivindica que Edmundo González, aliado de Machado, venceu com uma margem esmagadora, apresentando atas eleitorais como evidência de sua vitória.

O governo de Maduro, por sua vez, tem se defendido das acusações, alegando que a oposição está fomentando uma conspiração para desestabilizar o país. Em resposta à pressão internacional e interna, o regime intensificou a repressão contra opositores, resultando na prisão de milhares de pessoas desde o início do processo eleitoral.

O clima de tensão na Venezuela se intensifica à medida que a comunidade internacional observa com preocupação os desdobramentos. Países como os Estados Unidos já manifestaram apoio à oposição e não reconhecem os resultados das eleições de julho, considerando que a verdadeira vontade do povo venezuelano foi ignorada pelo regime de Maduro.

Com a prisão de María Corina Machado, a situação da oposição na Venezuela se torna ainda mais crítica. A expectativa é que novos protestos sejam organizados em solidariedade à líder opositora e em defesa da democracia no país, que continua a viver sob a sombra da ditadura.

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