Aparecida Donizeti Blesio, de 60 anos, é acusada de matar felinos em ação cruel no interior paulista.
09 de Janeiro de 2025 às 22h43

Mulher é presa por envenenar 28 gatos em São Joaquim da Barra, SP

Aparecida Donizeti Blesio, de 60 anos, é acusada de matar felinos em ação cruel no interior paulista.

São Paulo — Aparecida Donizeti Berigo Blesio, de 60 anos, foi presa na manhã desta quinta-feira (9) sob a acusação de envenenar e matar pelo menos 28 gatos em São Joaquim da Barra, cidade localizada no interior de São Paulo. A prisão preventiva da mulher foi decretada pela Justiça após uma investigação da Polícia Civil, que começou em 3 de janeiro, após moradores encontrarem os corpos dos felinos no centro da cidade no final do ano passado.

De acordo com relatos de vizinhos, Aparecida teria alimentado os gatos com ração e carne possivelmente envenenadas, motivada por sua aversão à presença dos animais em sua vizinhança. Os felinos eram cuidados por uma moradora local, que contava com o apoio de vizinhos e organizações não governamentais (ONGs) dedicadas à proteção animal.

A presidente da ONG Protetoras em Ação, Maria de Fátima Irene da Silva, acompanhou a prisão e registrou o momento em vídeo. A mulher foi inicialmente levada para a Cadeia Pública Feminina de São Joaquim da Barra, onde passou por exames de integridade física no Instituto Médico Legal (IML).

Após a audiência de custódia, Aparecida foi transferida para a Penitenciária de Ribeirão Preto, também no interior paulista. O inquérito policial investiga a mulher por crimes contra o meio ambiente, especificamente maus-tratos a animais. Segundo a Lei 9.605/98, a pena para esse tipo de crime varia de três meses a um ano de detenção, além de multa.

Quando se trata de cães ou gatos, a pena pode ser ainda mais severa, variando de dois a cinco anos de reclusão, além de multa e proibição de guarda. No caso de morte do animal, a pena é aumentada de um sexto a um terço do tempo sentenciado.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

O advogado de Aparecida, Vinicius Magalhães Guilherme, informou que solicitou acesso à decisão judicial que determinou a prisão preventiva. Ele afirmou: “Vou analisar a decisão e verificar se estão preenchidos os requisitos da prisão preventiva. Se for uma decisão ilegal que cause constrangimento à minha cliente, vou impetrar habeas corpus no Tribunal de São Paulo e buscar a liberdade”.

As investigações revelaram que a mulher já havia manifestado a intenção de eliminar os gatos, conforme depoimentos de testemunhas. O delegado Gustavo de Almeida Costa relatou que Aparecida chegou a ameaçar exterminar os felinos, afirmando a uma testemunha que “soltar o cachorro para matar os gatos” seria uma solução.

As evidências apontam que as mortes dos gatos foram causadas por envenenamento, com muitos dos animais encontrados com espuma na boca e em estado de convulsão. Análises preliminares na carne apreendida indicaram a presença de substâncias que podem ser venenos.

Exames toxicológicos estão sendo realizados para confirmar a presença dessas substâncias nos órgãos dos felinos. O material foi enviado para perícia, e a conclusão do laudo determinará se houve envenenamento.

A defesa de Aparecida argumentou que a decisão de prisão preventiva foi baseada apenas na gravidade abstrata do delito e no clamor popular, afirmando que isso não justifica a decretação da prisão. A defesa planeja solicitar um habeas corpus para buscar a liberdade da acusada.

Veja também:

Tópicos: