Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, obteve liberdade provisória após laudo descartar veneno nas frutas oferecidas às vítimas.
15 de Janeiro de 2025 às 15h42

Mulher acusada de envenenar crianças no Piauí é solta após laudo pericial

Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, obteve liberdade provisória após laudo descartar veneno nas frutas oferecidas às vítimas.

A Justiça do Piauí concedeu liberdade provisória a Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, acusada de envenenar os irmãos Ulisses e João Miguel Silva, de 8 e 7 anos, respectivamente, em Parnaíba. A decisão foi tomada após um laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) descartar a presença de veneno nos cajus que teriam sido oferecidos pela mulher às crianças.

Lucélia estava presa desde agosto de 2024, quando os meninos faleceram após ingerirem os cajus. O laudo, divulgado no início deste mês, foi fundamental para que o Ministério Público solicitasse a revogação da prisão. A juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba, acatou o pedido e determinou a soltura da acusada.

Os irmãos Silva, filhos de Francisca Maria, faleceram em agosto de 2024, o que inicialmente levou a polícia a acreditar que Lucélia era a responsável pelo envenenamento. No entanto, a análise pericial concluiu que não havia terbufós, uma substância tóxica, nas frutas consumidas pelas vítimas.

Com a nova evidência, a investigação se voltou para Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, padrasto da mãe das crianças, que foi preso recentemente e é agora considerado o principal suspeito. Ele teria envenenado um baião de dois, prato típico que inclui arroz e feijão, o que resultou na morte de quatro pessoas da família no início deste ano.

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Lucélia, que passou cinco meses detida, sempre se declarou inocente e negou qualquer envolvimento no caso. Em entrevista, afirmou: “Nunca conheci esse homem, essa mulher, nem os meninos também”. Durante sua detenção, ela relatou ter sofrido ameaças de morte por parte de outras detentas, o que a levou a se manter reclusa na cela.

A mulher foi presa em flagrante no dia 23 de agosto de 2024, após os garotos serem hospitalizados. Na ocasião, moradores da região tentaram linchá-la, e sua casa foi depredada e incendiada. O advogado de Lucélia, Sammai Cavalcante, destacou que a acusada não foi inocentada, mas deve responder ao processo em liberdade.

O advogado também comentou sobre a nova fase da investigação, que reabriu o caso dos irmãos mortos em agosto e novembro de 2024. Ele argumentou que a presunção de inocência deve ser respeitada e que novos elementos levantados na investigação foram decisivos para a revisão do caso.

Com a soltura de Lucélia, a expectativa é que a Justiça analise a possibilidade de uma declaração de inocência para a acusada, além de um pedido de indenização pelos danos morais e materiais sofridos durante sua detenção.

O caso continua a ser investigado, e as autoridades estão atentas a novos desdobramentos, especialmente em relação ao envolvimento de Francisco de Assis Pereira da Costa nas mortes das crianças e no envenenamento de outros familiares.

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