Após promessas não cumpridas, como a isenção de taxas em compras internacionais, governo enfrenta desconfiança em suas comunicações.
10 de Janeiro de 2025 às 09h14

Ceticismo da população em relação ao governo pode afetar uso do PIX

Após promessas não cumpridas, como a isenção de taxas em compras internacionais, governo enfrenta desconfiança em suas comunicações.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se viu obrigado a desmentir informações falsas que circulam nas redes sociais sobre a criação de um imposto sobre o PIX e a taxação de animais de estimação. Em um vídeo postado na noite de quinta-feira (9), Haddad afirmou que essas notícias são mentirosas e prejudicam o debate público.

“Imposto sobre o PIX, mentira. Imposto sobre quem compra dólar, mentira. Imposto sobre quem tem um animal de estimação, mentira. Pessoal, vamos prestar atenção, está circulando uma fake news”, disse o ministro, enfatizando a necessidade de cautela nas informações que circulam na internet.

A reação de Haddad ocorreu logo após a Advocacia-Geral da União (AGU) ter notificado o Facebook para remover, em até 24 horas, um vídeo deepfake que apresentava o ministro fazendo declarações falsas sobre a criação de um “imposto do cachorrinho de estimação”.

O vídeo manipulado, que gerou confusão entre os usuários, foi analisado pela AGU, que destacou a presença de cortes bruscos e alterações perceptíveis na movimentação labial, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa.

Além disso, Haddad ressaltou que a única informação verdadeira que circulou recentemente é a tributação das bets, casas de apostas virtuais, que entraram em vigor com a regulamentação das apostas online. “Essas casas de apostas vão ter que pagar impostos como qualquer outra empresa instalada no Brasil. Fora isso, é tudo falso”, afirmou.

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O ministro também abordou a desinformação relacionada ao monitoramento das transações via PIX, que foi ampliado pela Receita Federal. Desde 1º de janeiro, as novas regras exigem que transferências acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas sejam monitoradas, mas isso não implica em uma nova taxação.

Haddad criticou a disseminação de fake news, afirmando que essas informações prejudicam a democracia e criam insegurança na população. “Essas coisas são mentirosas e, às vezes, misturam com uma coisa que é verdadeira para confundir a opinião pública”, disse.

O governo argumenta que o monitoramento visa identificar transações informais e aumentar a arrecadação, embora não tenha assumido abertamente essa intenção. Essa falta de transparência e a experiência passada de promessas não cumpridas, como a isenção de taxas em compras internacionais, geram resistência na população em aceitar os argumentos do governo.

A desconfiança em relação às comunicações oficiais pode afetar drasticamente o uso do PIX, uma ferramenta que foi criada para facilitar as transações financeiras no país. O governo precisa trabalhar para reconquistar a confiança da população, que hoje encara suas promessas com ceticismo.

O ministro concluiu seu vídeo pedindo que as pessoas deixem de lado as mentiras e se mantenham informadas sobre as verdades que cercam a política tributária do país. “Fake news prejudica a democracia e traz uma série de inseguranças para as pessoas. Então fica ligado, deixe a mentira de lado”, finalizou.

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