Decisão do STF visa garantir direitos de mães presas e proteção de crianças até 12 anos.
10 de Janeiro de 2025 às 11h33

Gilmar Mendes determina mutirões para prisões domiciliares de mães com filhos menores

Decisão do STF visa garantir direitos de mães presas e proteção de crianças até 12 anos.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou nesta quinta-feira, 9, a realização de mutirões carcerários pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A medida tem como objetivo assegurar a aplicação de uma decisão da Segunda Turma do STF que permite a substituição da prisão preventiva por domiciliar para mães de crianças com menos de 12 anos.

A determinação foi motivada por um habeas corpus apresentado pela defesa de uma mulher presa por tráfico de cinco gramas de crack, que é mãe de uma criança de quatro anos. Gilmar Mendes considerou que a quantidade de droga encontrada era insignificante e que não havia indícios de que a substância estivesse ao alcance da criança.

O juiz responsável pelo caso deverá definir as condições de cumprimento da prisão domiciliar e poderá impor novas medidas cautelares, se necessário. O entendimento da 2ª Turma do STF, conforme o HC 143.641, estabelece que a conversão da prisão preventiva em domiciliar visa proteger os interesses da criança, que depende da mãe, ao mesmo tempo em que mantém a ordem pública.

Apesar da decisão do STF, Mendes destacou que muitas instâncias inferiores têm negado a concessão do benefício a mães que atendem aos requisitos legais. Para enfrentar essa situação, ele determinou a realização dos mutirões carcerários.

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“O objetivo da medida proposta é a revisão das prisões, a apuração das circunstâncias de encarceramento e a promoção de ações de cidadania e de iniciativas para ressocialização dessas mulheres”, afirmou o ministro.

Os mutirões carcerários são ações organizadas pelo Poder Judiciário para fiscalizar e garantir o cumprimento das leis nas prisões. A medida representa um esforço para assegurar que as mães que se enquadram nos critérios estabelecidos possam cumprir suas penas em casa, cuidando de seus filhos.

Gilmar Mendes reiterou que a substituição da prisão preventiva pela domiciliar não é apenas um benefício para as mães, mas uma forma de preservar os direitos das crianças, que podem ser impactadas pela ausência materna. “Por meio da medida, a ré permanece presa cautelarmente, mas passa a cumprir a segregação em seu domicílio, de modo a oferecer cuidados aos filhos menores”, complementou o ministro.

A decisão do STF reflete uma preocupação com a proteção dos direitos humanos e a necessidade de tratar com sensibilidade as situações de vulnerabilidade, especialmente em casos que envolvem mães e crianças. Os mutirões devem ser realizados em um prazo considerado razoável pelo CNJ, com o intuito de revisar as condições de encarceramento e promover a ressocialização das mulheres.

Com essa iniciativa, o STF reafirma seu compromisso com a justiça e a proteção dos direitos das populações vulneráveis, buscando garantir que as mães possam exercer suas funções parentais mesmo em situações de privação de liberdade.

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