Decreto foi publicado no Diário Oficial; 11 municípios estão em situação de risco devido ao aumento da doença
12 de Janeiro de 2025 às 04h57

Acre decreta emergência em saúde pública após registrar mais de 4 mil casos de dengue

Decreto foi publicado no Diário Oficial; 11 municípios estão em situação de risco devido ao aumento da doença

O governo do Acre anunciou, nesta quinta-feira (9), a declaração de emergência em saúde pública em resposta ao alarmante aumento de casos de dengue no estado. A medida foi oficializada por meio de um decreto publicado no Diário Oficial.

De acordo com informações da Secretaria de Saúde do Acre, entre 2024 e a primeira semana de 2025, foram confirmados 4.036 diagnósticos da doença, incluindo a morte de uma criança de 9 anos, ocorrida em dezembro. Além disso, outros dois óbitos estão sob investigação.

O total de casos prováveis de dengue no Acre chega a 6.346, o que representa um aumento de 19,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que registrou um óbito. A criança, identificada como Felipe Mota, faleceu em Cruzeiro do Sul, após apresentar suspeita de dengue grave.

O crescimento no número de casos de chikungunya foi ainda mais acentuado, com um aumento de 411,9%, passando de 59 para 302 casos prováveis. O zika vírus também apresentou um crescimento de 49,5%, totalizando 173 casos prováveis.

O decreto de emergência visa mobilizar recursos financeiros e apoio federal para fortalecer a infraestrutura de saúde e garantir atendimento à população. A medida terá validade de 90 dias e inclui ações como o treinamento de equipes e a distribuição de insumos essenciais para o controle do mosquito transmissor Aedes aegypti, especialmente em áreas críticas.

O secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, destacou que a decisão foi tomada em função da crescente demanda nas unidades hospitalares e da expectativa de um pico de casos nas próximas semanas. Ele informou que, entre os pacientes diagnosticados com dengue, 24 apresentaram sinais de alarme e necessitaram de hospitalização.

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“Atualmente, 11 municípios estão em situação de risco devido à doença, com mais de 4.000 casos confirmados, dos quais 24 exigiram intervenção hospitalar. Infelizmente, registramos um óbito no final do ano, uma criança de 9 anos em Cruzeiro do Sul, e outros dois óbitos estão em investigação”, afirmou Pascoal.

As cidades mais afetadas incluem Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Epitaciolândia, que concentram o maior número de notificações. Na capital, a prefeitura informou que um plano de contingência foi elaborado, envolvendo a participação de diversos órgãos no combate à dengue.

Desde dezembro, a cidade de Rio Branco tem realizado mutirões de limpeza para eliminar focos de larvas do mosquito Aedes aegypti, reforçando a mobilização contra a doença durante o inverno.

Outro ponto de atenção é o possível ressurgimento do tipo 3 do vírus da dengue, que não circulava no Brasil há 17 anos. O Ministério da Saúde já detectou a presença desse tipo em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Embora não tenham sido registrados casos no Acre, a Secretaria Estadual de Saúde planeja ações preventivas para evitar sua circulação.

As autoridades de saúde enfatizam a importância da colaboração da população na luta contra a proliferação do mosquito, recomendando a eliminação de recipientes que possam acumular água e a recepção dos agentes de vigilância sanitária que atuam nas residências.

A orientação é que a população busque atendimento médico ao perceber sintomas relacionados às arboviroses. A Secretaria de Saúde do Acre recomenda que os cidadãos priorizem as unidades de referência de atenção primária, unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento para casos de sintomas leves e moderados, reservando o Pronto-Socorro de Rio Branco para situações graves.

Uma das medidas preventivas em curso no Acre é a vacinação contra a dengue. O estado ainda possui estoque da vacina Qdenga, indicada para adolescentes de 10 a 14 anos. Os jovens dessa faixa etária são incentivados a se dirigir aos postos de vacinação para se imunizar, contribuindo assim para a redução do impacto da doença na população.

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