EUA preveem trégua em Gaza com liberação de 33 reféns pelo Hamas
Após intensas negociações, um acordo de cessar-fogo pode ser alcançado ainda esta semana, segundo autoridades americanas.
As negociações para um cessar-fogo em Gaza, mediadas por Estados Unidos e países árabes, avançaram significativamente nesta segunda-feira, 13. Autoridades americanas afirmam que um acordo pode ser fechado ainda nesta semana, permitindo a liberação de 33 reféns israelenses pelo grupo palestino Hamas.
Desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ataques em território israelense, a liberação dos reféns tem sido um ponto central nas negociações. O Hamas é acusado de ter sequestrado 251 pessoas, das quais 94 ainda permanecem em Gaza e 34 foram confirmadas como mortas.
As conversas recentes incluem a participação do emir do Catar, que se reuniu com Brett McGurk e Steve Witkoff, enviados especiais do presidente dos EUA, Joe Biden. Após o encontro, Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, declarou que o acordo está “próximo e pode ser fechado” em breve.
Fontes próximas às negociações indicam que o Catar está pressionando o Hamas a aceitar o acordo, enquanto os enviados americanos estão buscando garantias de que Israel também se comprometerá com a trégua. Um oficial egípcio confirmou que as negociações estão em uma fase avançada e que um cessar-fogo pode ser anunciado em breve.
Durante uma coletiva de imprensa, o chanceler de Israel, Gideon Saar, expressou otimismo em relação ao progresso das negociações, afirmando: “O progresso foi feito e espero que em pouco tempo as coisas aconteçam”.
No entanto, um representante do Hamas alertou que ainda existem questões a serem resolvidas, incluindo o compromisso de Israel em encerrar a guerra, que já resultou na morte de mais de 40 mil palestinos, segundo o grupo.
Outro ponto de discórdia é a proposta de uma zona-tampão em Gaza, que Israel deseja implementar ao longo da fronteira leste e norte do enclave. O Hamas sugere que essa zona deve ser reduzida a 500 metros, enquanto os israelenses exigem uma extensão de mais de 2 mil metros, o que, segundo os palestinos, dificultaria o retorno de muitos deslocados às suas casas.
As negociações para um cessar-fogo duradouro têm sido complexas e prolongadas. EUA, Egito e Catar têm tentado intermediar um acordo que não apenas garanta a liberação dos reféns, mas também encerre o conflito que já dura 15 meses. O Hamas, por sua vez, tem afirmado que não liberará reféns até que a guerra chegue ao fim, enquanto o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, mantém a posição de continuar a ofensiva até alcançar uma “vitória total” sobre o grupo.
Atualmente, a discussão gira em torno de um cessar-fogo em fases, onde a primeira fase envolveria a liberação dos 33 reféns em troca de uma pausa nas hostilidades. Netanyahu indicou que está disposto a aceitar apenas essa primeira fase, enquanto questões mais amplas seriam tratadas posteriormente.
Em um sinal de que as negociações estão progredindo, Netanyahu se reunirá hoje com familiares dos reféns, o que alimenta especulações sobre a iminência de um acordo. Contudo, o governo israelense rejeitou a possibilidade de devolver o corpo do líder do Hamas, Yahya Sinwar, como parte de qualquer acordo de troca de reféns, afirmando que “isso não vai acontecer. Ponto final”.
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