Após intensas negociações, um acordo de cessar-fogo pode ser alcançado ainda esta semana, segundo autoridades americanas.
14 de Janeiro de 2025 às 10h19

EUA preveem trégua em Gaza com liberação de 33 reféns pelo Hamas

Após intensas negociações, um acordo de cessar-fogo pode ser alcançado ainda esta semana, segundo autoridades americanas.

As negociações para um cessar-fogo em Gaza, mediadas por Estados Unidos e países árabes, avançaram significativamente nesta segunda-feira, 13. Autoridades americanas afirmam que um acordo pode ser fechado ainda nesta semana, permitindo a liberação de 33 reféns israelenses pelo grupo palestino Hamas.

Desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas lançou ataques em território israelense, a liberação dos reféns tem sido um ponto central nas negociações. O Hamas é acusado de ter sequestrado 251 pessoas, das quais 94 ainda permanecem em Gaza e 34 foram confirmadas como mortas.

As conversas recentes incluem a participação do emir do Catar, que se reuniu com Brett McGurk e Steve Witkoff, enviados especiais do presidente dos EUA, Joe Biden. Após o encontro, Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, declarou que o acordo está “próximo e pode ser fechado” em breve.

Fontes próximas às negociações indicam que o Catar está pressionando o Hamas a aceitar o acordo, enquanto os enviados americanos estão buscando garantias de que Israel também se comprometerá com a trégua. Um oficial egípcio confirmou que as negociações estão em uma fase avançada e que um cessar-fogo pode ser anunciado em breve.

Durante uma coletiva de imprensa, o chanceler de Israel, Gideon Saar, expressou otimismo em relação ao progresso das negociações, afirmando: “O progresso foi feito e espero que em pouco tempo as coisas aconteçam”.

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No entanto, um representante do Hamas alertou que ainda existem questões a serem resolvidas, incluindo o compromisso de Israel em encerrar a guerra, que já resultou na morte de mais de 40 mil palestinos, segundo o grupo.

Outro ponto de discórdia é a proposta de uma zona-tampão em Gaza, que Israel deseja implementar ao longo da fronteira leste e norte do enclave. O Hamas sugere que essa zona deve ser reduzida a 500 metros, enquanto os israelenses exigem uma extensão de mais de 2 mil metros, o que, segundo os palestinos, dificultaria o retorno de muitos deslocados às suas casas.

As negociações para um cessar-fogo duradouro têm sido complexas e prolongadas. EUA, Egito e Catar têm tentado intermediar um acordo que não apenas garanta a liberação dos reféns, mas também encerre o conflito que já dura 15 meses. O Hamas, por sua vez, tem afirmado que não liberará reféns até que a guerra chegue ao fim, enquanto o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, mantém a posição de continuar a ofensiva até alcançar uma “vitória total” sobre o grupo.

Atualmente, a discussão gira em torno de um cessar-fogo em fases, onde a primeira fase envolveria a liberação dos 33 reféns em troca de uma pausa nas hostilidades. Netanyahu indicou que está disposto a aceitar apenas essa primeira fase, enquanto questões mais amplas seriam tratadas posteriormente.

Em um sinal de que as negociações estão progredindo, Netanyahu se reunirá hoje com familiares dos reféns, o que alimenta especulações sobre a iminência de um acordo. Contudo, o governo israelense rejeitou a possibilidade de devolver o corpo do líder do Hamas, Yahya Sinwar, como parte de qualquer acordo de troca de reféns, afirmando que “isso não vai acontecer. Ponto final”.

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