Ex-deputado foi preso após descumprir regras de liberdade condicional; defesa alega que buscou atendimento médico.
14 de Janeiro de 2025 às 15h03

Relatório da PF aponta que Daniel Silveira levou o dobro do tempo para chegar ao hospital

Ex-deputado foi preso após descumprir regras de liberdade condicional; defesa alega que buscou atendimento médico.

A Policia Federal (PF) enviou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando que o ex-deputado federal Daniel Silveira demorou o dobro do tempo esperado para chegar ao Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, no dia 21 de dezembro. O documento, apresentado nesta segunda-feira, 13, detalha que Silveira levou cerca de 1h30 para percorrer um trajeto que normalmente leva 43 minutos.

Silveira, que foi preso por descumprir medidas cautelares estabelecidas em sua liberdade condicional, alegou que sua saída foi motivada por dores lombares. O ex-parlamentar foi detido novamente no dia 24 de dezembro, após ter saído de casa após as 22 horas, o que era proibido por ordem do STF.

De acordo com o relatório, Silveira saiu de um condomínio em Itaipava, onde reside, às 21h32 e chegou ao hospital às 22h59. O retorno ao condomínio ocorreu às 1h31 do dia seguinte, totalizando um trajeto de 54 minutos. A defesa do ex-deputado argumenta que ele buscou atendimento médico devido a um quadro de saúde que incluía dores lombares e um histórico de insuficiência renal.

O documento da PF destaca que, das informações obtidas, é possível concluir que o deslocamento de Silveira, que totaliza cerca de 25 quilômetros, foi significativamente mais longo do que o esperado. O relatório afirma que “Daniel Lúcio da Silveira gastou cerca de 1 hora e 30 minutos para fazer o deslocamento ao hospital, enquanto o tempo médio seria de 43 minutos”.

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Após a prisão, a defesa de Silveira solicitou a revisão da decisão, alegando que a saída foi justificada por uma emergência médica. O advogado Paulo Faria defendeu que o relatório da PF confirma as alegações da defesa, ressaltando a urgência do atendimento médico.

O ex-deputado foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por incitação a atos antidemocráticos e ataques a ministros do STF. Desde 2021, Silveira acumula idas e vindas da prisão, tendo sido detido em quatro ocasiões por ordens do ministro Alexandre de Moraes.

O STF determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa de Silveira se manifestem sobre o relatório da PF. O caso levanta questões sobre a eficácia das medidas cautelares impostas ao ex-parlamentar e a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso de sua liberdade condicional.

O ex-deputado, que já havia recebido liberdade condicional em 20 de dezembro, estava sob condições rigorosas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair de casa durante a noite. A defesa argumenta que a detenção foi desproporcional e que as alegações de Silveira sobre a necessidade de atendimento médico são verdadeiras.

O desfecho dessa situação ainda está em aberto, com a expectativa de que o STF analise as manifestações da PGR e da defesa nos próximos dias.

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