
Câmara dos EUA aprova projeto que proíbe participação de atletas trans em competições femininas
Projeto de lei, que define sexo com base na biologia ao nascimento, ainda enfrenta desafios no Senado.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, sob a liderança dos republicanos, aprovou nesta terça-feira (14) um projeto de lei que impõe restrições significativas à participação de atletas transgêneros em competições esportivas femininas. A proposta, que é considerada polêmica, visa proibir estudantes transgêneros de competirem em equipes femininas em qualquer instituição de ensino que receba financiamento federal.
O projeto define o sexo “com base apenas na biologia reprodutiva e genética no nascimento”, limitando a participação de atletas transgêneros em atividades esportivas designadas para mulheres ou meninas. Essa medida reflete uma crescente polarização em torno de questões de gênero e direitos LGBTQIA+, especialmente em um ano eleitoral.
Antes das eleições de 2024, os republicanos intensificaram suas críticas aos democratas em relação a temas envolvendo a comunidade trans, utilizando essa questão como parte de uma guerra cultural mais ampla. O presidente eleito Donald Trump, que já se manifestou contra a inclusão de atletas trans, prometeu acabar com o que chamou de “loucura transgênero”.
O projeto foi aprovado com 218 votos a favor, incluindo o apoio de dois democratas. No entanto, a expectativa é de que enfrente dificuldades no Senado, onde é improvável que os republicanos consigam o número necessário de votos para superar o limite de 60 votos exigido para a aprovação.


Organizações de direitos civis, como o Equality California, criticaram a proposta, chamando-a de “mais um esforço para negar aos jovens transgêneros a dignidade e o respeito que merecem”. A reação a essa legislação tem sido intensa, com defensores dos direitos humanos alertando sobre as implicações que ela pode ter para a juventude trans nos Estados Unidos.
O debate sobre a participação de atletas trans em competições esportivas femininas não é exclusivo dos Estados Unidos. Em várias partes do mundo, legisladores e organizações esportivas têm enfrentado questões semelhantes, refletindo uma luta global por igualdade e inclusão.
Com a aprovação do projeto na Câmara, a discussão sobre os direitos dos atletas transgêneros promete continuar a ser um tema central nas eleições e no debate público nos próximos meses. A posição dos democratas e de grupos de defesa dos direitos humanos será crucial para moldar o futuro dessa questão nos Estados Unidos.
Enquanto isso, a comunidade transgênera permanece atenta às movimentações políticas e à possibilidade de um impacto significativo em suas vidas e direitos. O desfecho dessa legislação poderá influenciar não apenas o cenário esportivo, mas também a percepção social sobre a diversidade de gênero e a inclusão.
Veja também: