O índice da B3 busca romper a marca dos 121 mil pontos após dados positivos sobre inflação e serviços nos EUA.
15 de Janeiro de 2025 às 18h30

Ibovespa avança para 121 mil pontos com alívio nos juros e dados dos EUA

O índice da B3 busca romper a marca dos 121 mil pontos após dados positivos sobre inflação e serviços nos EUA.

O Ibovespa, principal índice da B3, registrou uma expressiva alta nesta quarta-feira, 15, superando a marca dos 121 mil pontos. O movimento é impulsionado pela queda dos juros futuros, que foi favorecida por dados menos preocupantes do setor de serviços, aliviando as apreensões em relação à inflação e sinalizando que a política monetária restritiva já está mostrando resultados.

No cenário internacional, a atenção se volta para os Estados Unidos, onde o índice de preços ao consumidor (CPI) apresentou uma alta de 0,4% em dezembro, encerrando 2024 com uma taxa anual de 2,9%. Em comparação, a taxa anual registrada em novembro era de 2,7%. Apesar do aumento, o dado ficou dentro das expectativas do mercado.

Os investidores agora aguardam a divulgação do Livro Bege, que trará informações cruciais sobre a atividade econômica americana e os próximos passos do Federal Reserve. O dólar, por sua vez, segue em trajetória de queda, sendo cotado a R$ 6,02 às 11h20.

A alta do Ibovespa também reflete a valorização das commodities e dos índices de ações internacionais. A leitura do CPI norte-americano, que apresentou números menos pressionados em relação à inflação, foi bem recebida pelos especialistas, reforçando o quadro de arrefecimento que já havia sido indicado no índice de preços ao produtor (PPI), que avalia os preços no atacado.

O volume financeiro do dia promete superar a média diária de R$ 20 bilhões, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa. Neste ambiente mais calmo no exterior, os rendimentos dos Treasuries caem, influenciando os juros futuros, que ainda refletem uma queda mais acentuada do que a esperada no volume de serviços em novembro em comparação a outubro.

Embora o CPI não seja o indicador preferido do Federal Reserve para suas decisões de política monetária, ele é monitorado de perto pelos investidores, especialmente em um contexto de dados que mostram a força da atividade econômica. Após a divulgação do payroll na sexta-feira, houve uma certa cautela, levando à avaliação de que há um espaço limitado para novos cortes de juros nos Estados Unidos.

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Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas, observa que o CPI, ao indicar um cenário de inflação mais tranquila, anima os mercados. Ele afirma: “Apesar de a desinflação estar ocorrendo de forma lenta, não traz sustos e não vai na direção mais dura do Fed.”

O CPI dos Estados Unidos subiu 0,4% em dezembro em relação a novembro, superando a média das estimativas, que era de 0,3%. Na comparação anual, o avanço foi de 2,9% em dezembro, conforme previsto.

O núcleo do indicador, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,2% no mês, conforme o esperado, e 3,2% na comparação anual, ligeiramente abaixo da previsão de 3,3%.

Antonio Madeira, da MCM Consultores, destaca que o CPI veio um pouco melhor, indicando uma inflação mais controlada nos Estados Unidos. No entanto, ele ressalta que ainda é necessário aguardar outros indicadores para tirar conclusões sobre a política monetária americana.

Madeira acrescenta que é preciso avaliar “o conjunto da obra” e aguardar mais informações do mercado de trabalho. Ele observa que, com os últimos indicadores do Fed, o corte de juros tende a ser pausado neste início de ano, especialmente para avaliar a nova gestão de Donald Trump.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta pelo segundo pregão consecutivo, alcançando 119.298,67 pontos, com uma valorização de 0,25%. Às 11h28, o índice Bovespa registrava uma alta de 1,37%, marcando 120.928,32 pontos. As ações da Vale subiam 0,60%, acompanhando o avanço de 0,71% do minério de ferro na China. Já as ações da Petrobras apresentavam alta entre 0,35% (PN) e 0,24% (ON). O petróleo, por sua vez, avançava cerca de 1,00%. Entre as quedas, destacam-se as ações da Klabin (-1,48%), Suzano ON (-0,695%), Brava ON (-0,32%) e Weg ON (-0,04%), de um total de 87 ações analisadas.

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