Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística denunciam viés autoritário e expressam apoio a diretores exonerados.
20 de Janeiro de 2025 às 15h13

Carta aberta de gerentes do IBGE critica gestão de Marcio Pochmann

Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística denunciam viés autoritário e expressam apoio a diretores exonerados.

RIO DE JANEIRO - A crise interna no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se intensificou nesta segunda-feira, 20, com a divulgação de uma carta aberta assinada por mais de 100 gerentes e coordenadores do órgão. O documento critica a gestão do presidente Marcio Pochmann, apontando a existência de um ‘viés autoritário, político e midiático’ na condução do instituto.

A carta, que deve ser publicada hoje, já conta com 134 assinaturas e reflete a insatisfação crescente entre os servidores. A maioria dos signatários ocupa cargos de gestão e expressa preocupação com a atual administração do IBGE, especialmente em um momento em que a instituição enfrenta desafios significativos.

A situação se agrava em meio ao feriado de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro, onde está localizada a sede do IBGE, evidenciando a gravidade da crise. No texto, os servidores manifestam sua “solidariedade” aos diretores que pediram exoneração, como Elizabeth Belo Hypólito e João Hallak Neto, por discordâncias com Pochmann.

Além disso, os servidores defendem a qualidade do trabalho realizado pelo IBGE, afirmando: “somos absolutamente comprometidos com a qualidade das informações estatísticas e geocientíficas que produzimos até hoje; os dados produzidos no IBGE seguem princípios e metodologias confiáveis e internacionais”.

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Os gerentes e coordenadores também criticam a criação da Fundação IBGE+, uma iniciativa da atual gestão que visa atender a demandas por recursos financeiros. Eles argumentam que a fundação foi estabelecida sem ampla discussão e que isso pode comprometer a autonomia e a confiabilidade dos dados do instituto.

“O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, concluem os servidores na carta.

Nos últimos meses, o sindicato dos servidores do IBGE tem promovido diversas mobilizações, incluindo paralisações temporárias, em busca de diálogo e esclarecimentos sobre as mudanças implementadas pela gestão de Pochmann. As reivindicações incluem a suspensão da Fundação IBGE+, alterações no estatuto do instituto e a revogação de decisões sobre a mudança de locais de trabalho e o fim do trabalho remoto.

A situação no IBGE é um reflexo das tensões que podem surgir em instituições públicas, especialmente em momentos de transição e reestruturação. A carta aberta representa uma tentativa dos servidores de chamar a atenção para a necessidade de um ambiente de trabalho mais colaborativo e transparente.

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