Decisão judicial permite que a Prefeitura de São Paulo fiscalize o serviço de mototáxi da 99, que já opera na cidade.
21 de Janeiro de 2025 às 08h53

Justiça confirma que Prefeitura de SP pode fiscalizar mototáxi da 99 em São Paulo

Decisão judicial permite que a Prefeitura de São Paulo fiscalize o serviço de mototáxi da 99, que já opera na cidade.

O 99Moto, serviço de transporte de passageiros por motocicletas da plataforma 99, completou uma semana de funcionamento em São Paulo, desafiando um decreto municipal que suspende a atividade de mototáxi na cidade. A decisão mais recente da Justiça, proferida na noite desta segunda-feira, 20, reafirmou que a Prefeitura tem a competência para fiscalizar o serviço.

O desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público, analisou o caso e determinou que as fiscalizações da administração municipal sobre o 99Moto podem prosseguir. A decisão foi uma resposta a um recurso da 99, que buscava uma liminar para barrar a fiscalização, alegando que o decreto municipal nº 62.144/2023 contraria a legislação nacional de mobilidade urbana.

No entanto, a Prefeitura argumentou que a Constituição Federal confere aos municípios a prerrogativa de legislar sobre questões de interesse local, incluindo a regulamentação do transporte privado individual de passageiros. A administração municipal destacou o Artigo 11-A da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que permite aos municípios regulamentar e fiscalizar essas atividades.

A 99, por sua vez, expressou descontentamento com a decisão judicial, afirmando que continuará operando o 99Moto na capital. Em nota, a empresa reiterou que a decisão de primeira instância não suspendeu a funcionalidade do serviço, e que tomará medidas legais para proteger os direitos de seus usuários e motociclistas.

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Desde o início da operação do 99Moto, a Prefeitura tem realizado blitzes e apreensões de motocicletas. Na última segunda-feira, 37 motos foram confiscadas, totalizando 143 apreensões desde o início das fiscalizações. A administração municipal informou que as motocicletas apreendidas foram levadas para um pátio na zona sul da cidade.

A 99 anunciou que arcará com as multas e taxas das motocicletas apreendidas durante as fiscalizações e que reembolsará os passageiros cujas corridas forem interrompidas. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) já havia notificado a empresa sobre a necessidade de suspender o serviço, e advertiu que, caso as notificações não fossem atendidas, a Justiça seria acionada para aplicar multas e reparos por danos morais.

A discussão em torno do 99Moto também se relaciona ao aumento de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas. A Secretaria Municipal de Saúde informou que, na última terça-feira, 14, havia 87 pacientes aguardando cirurgia devido a traumas causados por acidentes com motos. Em média, cerca de 10 motociclistas têm sido hospitalizados diariamente por acidentes de trânsito na cidade.

A 99 defende que a inclusão do mototáxi no mercado paulistano traz benefícios econômicos e sociais, como a redução de custos para os passageiros, a criação de empregos e o aumento na arrecadação de impostos. A empresa estima que o impacto econômico do serviço no PIB brasileiro seja de R$ 1 bilhão e projeta a geração de 13 mil empregos diretos e indiretos em São Paulo.

Com a decisão judicial, a Prefeitura de São Paulo continua a monitorar as operações do 99Moto, enquanto a 99 busca garantir a continuidade de seus serviços na capital, em meio a um cenário de crescente tensão entre a plataforma e a administração municipal.

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