Organização Mundial da Saúde destaca importância da parceria com os Estados Unidos após anúncio de saída.
21 de Janeiro de 2025 às 11h03

OMS lamenta retirada dos EUA e espera que Trump reconsidere decisão

Organização Mundial da Saúde destaca importância da parceria com os Estados Unidos após anúncio de saída.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou sua preocupação em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país da entidade. O porta-voz da OMS, Tarik Jašarević, expressou esperança de que o novo mandatário reconsidere essa medida, que foi uma das primeiras ações de seu segundo mandato, iniciado na última segunda-feira (20).

Durante uma coletiva de imprensa em Genebra, Jašarević afirmou: “Esperamos que os EUA reconsiderem, e realmente esperamos que haja um diálogo construtivo para o benefício de todos, para os americanos, mas também para as pessoas ao redor do mundo”. A OMS enfatizou a importância da colaboração internacional na promoção da saúde global.

Os Estados Unidos, que são o maior contribuinte financeiro da OMS, respondem por cerca de 14,53% do orçamento da organização. A saída do país, conforme anunciado por Trump, foi justificada em um decreto que critica a gestão da OMS durante a pandemia de Covid-19, alegando falhas em sua administração e dependência de influências políticas inadequadas.

A OMS, por sua vez, relembrou que os EUA foram um dos membros fundadores da organização em 1948, e que sua participação foi crucial em conquistas históricas, como a erradicação da varíola e a quase eliminação da poliomielite em diversas regiões do mundo. “As instituições americanas contribuíram e se beneficiaram com a participação na OMS”, destacou a nota oficial da entidade.

Além de lamentar a decisão, a OMS reiterou sua disposição para manter um diálogo construtivo com os EUA. “Estamos ansiosos para nos envolver em um diálogo construtivo para manter a parceria entre os EUA e a OMS, em benefício da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo”, acrescentou Jašarević.

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O decreto de Trump também determina a suspensão de quaisquer transferências financeiras do governo americano à OMS e exige que funcionários ou contratados dos EUA que atuam na organização sejam chamados de volta. A medida gera preocupações sobre o impacto que a retirada pode ter na saúde global, especialmente em tempos de crise sanitária.

Lawrence Gostin, diretor do Instituto O'Neill para Direito Nacional e Global da Saúde da Universidade de Georgetown, classificou a decisão de Trump como “catastrófica”. Em suas declarações, ele afirmou que a retirada dos EUA da OMS representa uma grave ferida para a saúde mundial e um retrocesso para o próprio país.

“Se Trump fosse inteligente, ele trabalharia para tornar a OMS mais forte, não mais fraca. A OMS precisa de financiamento”, disse Gostin, alertando que a retirada pode prejudicar esforços em áreas críticas, como a luta contra o HIV e a erradicação da poliomielite.

Essa não é a primeira vez que Trump tenta retirar os EUA da OMS. Em 2020, durante seu primeiro mandato, ele fez uma retirada semelhante, mas a decisão foi revertida pelo presidente Joe Biden no ano seguinte. A atual situação levanta questões sobre o futuro da cooperação internacional em saúde e a capacidade da OMS de enfrentar desafios globais sem o apoio dos EUA.

O impacto da decisão de Trump ainda está sendo avaliado, mas a OMS e outros especialistas em saúde pública alertam que a falta de colaboração pode resultar em consequências graves para a saúde global, especialmente em um momento em que o mundo ainda enfrenta os efeitos da pandemia de Covid-19.

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