A Advocacia-Geral da União notificou TikTok para que retirasse vídeo falso atribuído ao ministro da Fazenda em 24 horas.
21 de Janeiro de 2025 às 15h01

TikTok remove vídeo manipulado de Fernando Haddad após notificação da AGU

A Advocacia-Geral da União notificou TikTok para que retirasse vídeo falso atribuído ao ministro da Fazenda em 24 horas.

A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou extrajudicialmente a plataforma TikTok para que removesse, em um prazo de 24 horas, um vídeo manipulado que atribuía declarações falsas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O conteúdo, que circulava na rede social, apresentava o ministro defendendo uma suposta "taxação de pobres", algo que nunca ocorreu.

Na manhã desta terça-feira (21/1), a postagem já não estava mais disponível na plataforma. A notificação da AGU foi enviada na noite de segunda-feira (20/1) e destacou que o vídeo em questão era uma forma de desinformação, pois utilizava inteligência artificial para criar uma representação enganosa de Haddad.

A AGU enfatizou que o vídeo foi produzido com tecnologia que permitiu alterações perceptíveis na movimentação labial e nas características vocais do ministro, evidenciando a falsidade das informações apresentadas. A notificação indicou que o conteúdo buscava confundir o público sobre a verdadeira posição do ministro em relação a temas de interesse público.

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Os advogados da União também argumentaram que a postagem tinha um caráter enganoso e fraudulento. “A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, afirmava a notificação.

A gravidade da situação foi ressaltada pela AGU, que apontou que o vídeo já havia sido removido anteriormente, mas foi republicado pelo mesmo usuário. Essa reincidência aumentou a preocupação da AGU em relação à propagação de informações falsas nas redes sociais.

Além de ser enganoso e fraudulento, o órgão destacou que o vídeo violava o direito à informação, previsto na Constituição Federal, e extrapolava os limites da liberdade de expressão, caracterizando um abuso de direito. A AGU também observou que a postagem contrariava os próprios “Termos de Uso” da plataforma, que contém diretrizes específicas sobre desinformação e conteúdo gerado por inteligência artificial.

Por fim, a AGU solicitou que, caso a remoção do conteúdo não fosse atendida, o vídeo fosse devidamente marcado com a seguinte advertência: “O vídeo foi gerado por inteligência artificial – conteúdo alterado ou sintético”.

O ministro Fernando Haddad tem sido alvo frequente de fake news, especialmente nas últimas semanas. Recentemente, ele acionou a Polícia Federal para investigar a disseminação indevida de seu CPF, que estava sendo compartilhado em grupos de mensagens no estado da Bahia, sugerindo seu uso para identificação em compras e serviços.

Os ataques à imagem de Haddad se intensificaram após a Receita Federal anunciar a ampliação do monitoramento das transações realizadas via Pix. A norma, que gerou uma ampla repercussão negativa, acabou sendo revogada pelo governo.

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