Medida do governo Trump altera política de proteção a áreas sensíveis e gera polêmica entre defensores dos imigrantes.
21 de Janeiro de 2025 às 20h49

Trump revoga diretrizes e permite prisões em igrejas e escolas nos EUA

Medida do governo Trump altera política de proteção a áreas sensíveis e gera polêmica entre defensores dos imigrantes.

O governo do presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira, 21, que as autoridades de imigração dos Estados Unidos poderão realizar prisões em locais considerados "áreas sensíveis", como igrejas e escolas. A decisão marca uma mudança significativa em relação a uma política que, desde 2011, impedia ações de fiscalização nesses locais.

O secretário interino de Segurança Interna, Benjamine Huffman, foi quem divulgou a nova diretriz, que revoga duas orientações anteriores que limitavam a atuação do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês). A medida visa dar mais liberdade aos agentes para agir em situações que envolvam a detenção de imigrantes indocumentados.

“Criminosos não poderão mais se esconder nas escolas e igrejas da América para evitar a prisão. O governo Trump não vai amarrar as mãos de nossos corajosos agentes da lei e confia que eles usarão o bom senso”, afirmou Huffman em um comunicado.

Essa mudança de política tem gerado preocupações entre defensores dos direitos dos imigrantes, que alertam que a nova abordagem pode aumentar o medo nas comunidades imigrantes. Eles argumentam que a possibilidade de prisões em locais como escolas pode desencorajar crianças de frequentar as aulas e fazer com que imigrantes evitem buscar assistência médica em hospitais.

Além disso, a nova diretriz também inclui a eliminação gradual de programas de liberdade condicional que permitiam que certos imigrantes vivessem e trabalhassem temporariamente nos Estados Unidos. Os republicanos têm criticado o governo Biden por supostamente abusar desse programa, que, segundo eles, foi estendido a várias nacionalidades sem a devida análise.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

“O governo Biden-Harris abusou do programa de liberdade condicional humanitária para permitir indiscriminadamente que 1,5 milhão de migrantes entrassem em nosso país. Tudo isso foi interrompido no primeiro dia do governo Trump”, diz o comunicado.

A nova política é parte de um conjunto de ações que o governo Trump tem implementado desde sua posse, visando uma reforma abrangente na segurança das fronteiras e um aumento nas deportações. Dados de 2022 indicam que há cerca de 11 milhões de imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos, a maioria deles de origem latino-americana.

Trump já havia declarado que pretende interromper toda entrada ilegal no país e iniciar processos de deportação em massa, afirmando que durante seu primeiro mandato, 1,5 milhão de imigrantes foram deportados. Agora, ele planeja deportar até 1 milhão de imigrantes por ano.

As medidas de Trump também incluem a revogação da cidadania por nascimento para crianças nascidas em solo americano de mães que estão no país de forma irregular. Essa proposta já enfrenta desafios legais em tribunais federais, com grupos de defesa dos direitos civis e estados americanos contestando sua constitucionalidade.

As ações judiciais já foram protocoladas em estados como New Hampshire e Massachusetts, argumentando que o decreto de Trump viola o direito à cidadania garantido pela Constituição dos Estados Unidos.

Veja também:

Tópicos: