Ex-presidente critica a nova geração de candidatos da direita e reafirma sua importância nas eleições de 2026.
22 de Janeiro de 2025 às 15h02

Bolsonaro critica jovens candidatos e fala sobre sua inelegibilidade até 2030

Ex-presidente critica a nova geração de candidatos da direita e reafirma sua importância nas eleições de 2026.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez críticas contundentes nesta quarta-feira, 22, a possíveis candidatos da direita que se apresentam como alternativas para as eleições presidenciais de 2026. Em uma entrevista ao canal AuriVerde Brasil no YouTube, Bolsonaro se referiu a esses postulantes como pessoas “com pouca idade” e que se dizem uma “terceira via”, afirmando que eles não têm condições de resolver os problemas do Brasil.

As declarações de Bolsonaro ocorreram um dia após o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), se encontrarem em Washington, nos Estados Unidos, para acompanhar a posse do presidente americano Donald Trump. O ex-presidente brasileiro não pôde comparecer ao evento, pois teve o pedido de devolução de seu passaporte negado pela Justiça.

No encontro, Marçal se referiu a Nikolas como “presidente do Brasil em 2034”, fazendo alusão ao ano em que o jovem mineiro de 28 anos poderá concorrer à Presidência. Além de Marçal, o cantor Gusttavo Lima também foi mencionado como uma possível candidatura representativa da direita. O sertanejo já havia manifestado interesse em se candidatar, posicionando-se como um candidato que não se alinha nem à direita nem à esquerda.

Durante a entrevista, Bolsonaro se comparou a “uma canoa velha para atravessar o rio cheio de piranhas” e advertiu que, caso não seja ele o candidato em 2026, a eleição “não será democrática”.

“Não fica inventando ‘terceira via’, ‘direita limpinha’, fazer um gestinho para lá e para cá, com a sua inexperiência, com a sua, até, boa vontade, mas você não tem como enfrentar, hoje em dia, o sistema pelo povo”, disse o ex-presidente.

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Bolsonaro também comentou sobre a presença de candidatos jovens, afirmando que eles estão se lançando como soluções, mas sem a experiência necessária. “Alguns de pouca idade já estão se lançando aí como candidatos, ‘eu vou resolver’, na base da lacração... Não quero falar aqui dicas de quem seriam essas pessoas”, acrescentou.

O ex-chefe do Executivo federal, que está inelegível até 2030 devido a condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reiterou que as penalidades o impedem de concorrer a cargos eletivos por um período significativo. Ele foi condenado em três ocasiões, sendo que duas sentenças ainda estão em vigor.

As condenações incluem o uso indevido de meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores em 2022, onde Bolsonaro fez acusações sem provas sobre as urnas eletrônicas. A Corte Eleitoral considerou que ele cometeu abuso de poder e uso indevido de comunicação.

Em relação às investigações da Polícia Federal que resultaram em seu indiciamento por suposto golpe de Estado em 2022, Bolsonaro comparou a situação no Brasil à dinâmica entre os republicanos e democratas nos Estados Unidos, afirmando que os petistas trabalham para “aniquilar o PL”.

“É o maior partido de oposição a eles [PT]. Cuja maioria dos deputados, infelizmente não são todos – tem uma dúzia de oportunistas no PL, que eu espero que seja feita a limpa em 2026 – que tem um compromisso com o futuro do País”, declarou Bolsonaro.

Recentemente, o partido enfrentou tensões internas, com Bolsonaro e o senador Marcos Pontes (PL-SP) trocando críticas publicamente. Pontes anunciou sua candidatura à Presidência do Senado, mesmo sem a aprovação do partido, o que levou Bolsonaro a classificar a candidatura como “lamentável” e sem chances de sucesso.

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