Enviado dos EUA afirma que aliados da OTAN devem pagar 'parte justa' antes de expansão
Em Davos, enviado presidencial dos EUA destaca que países da OTAN precisam contribuir mais antes de considerar a ampliação da aliança.
Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, um enviado do presidente dos Estados Unidos, Richard Grenell, afirmou que os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) devem pagar sua "parte justa" na defesa antes de qualquer discussão sobre a expansão da aliança. A declaração foi feita em resposta ao secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que havia mencionado a possibilidade de a Ucrânia se tornar membro pleno da organização, caso consiga estabelecer uma paz sustentável com a Rússia.
Grenell, que participou do evento por videoconferência, enfatizou que "não se pode pedir ao povo americano para expandir o guarda-chuva da OTAN quando os membros atuais não estão pagando sua parte justa". Ele destacou a necessidade urgente de que os aliados da OTAN aumentem seus investimentos em defesa, reiterando um pedido frequente do ex-presidente Donald Trump.
O enviado americano também criticou a administração anterior por não manter um diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin, e expressou frustração com a falta de comunicação entre os líderes mundiais. "Há uma enorme frustração entre os americanos sobre o fato de estarmos gastando centenas de bilhões de dólares, enquanto nossos líderes não estão se comunicando para resolver problemas", disse Grenell.
Atualmente, os 32 países membros da OTAN concordaram em um gasto mínimo de dois por cento de seus respectivos produtos internos brutos (PIB) em defesa até 2023. No entanto, Grenell mencionou que Trump tem defendido um aumento desse percentual para cinco por cento, o que gerou discussões acaloradas entre os aliados.
Rutte, por sua vez, reconheceu a necessidade de um esforço coletivo para aumentar os gastos com defesa, afirmando que "decidiremos o valor exato este ano, mas será consideravelmente maior do que 2%" do PIB. Ele também ressaltou que a Europa deve estar disposta a arcar com mais custos para garantir o apoio contínuo dos Estados Unidos.
A declaração de Grenell e as discussões em torno da ampliação da OTAN ocorrem em um momento de crescente tensão geopolítica, especialmente em relação à situação da Ucrânia e suas aspirações de adesão à aliança militar ocidental. O debate sobre o aumento do orçamento de defesa e a contribuição justa dos aliados é visto como crucial para a manutenção da segurança e estabilidade na região.
Após as observações de Grenell, o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, lembrou a audiência de que Putin é "o inimigo", enfatizando que a divisão entre os parceiros da OTAN não é produtiva. A necessidade de unidade e cooperação entre os países membros é mais importante do que nunca, especialmente diante das ameaças externas que a aliança enfrenta.
Com a crescente pressão sobre os aliados da OTAN para que aumentem seus gastos em defesa, a expectativa é que as discussões em Davos resultem em compromissos concretos que fortaleçam a aliança e garantam sua eficácia no cenário global atual.
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