Relatório da AmCham revela que crescente tensão geopolítica impulsiona saída de empresas dos EUA da China.
23 de Janeiro de 2025 às 16h10

Número de empresas americanas que considera deixar a China atinge recorde em 2024

Relatório da AmCham revela que crescente tensão geopolítica impulsiona saída de empresas dos EUA da China.

A China enfrenta um novo desafio em 2024, com um número recorde de empresas americanas considerando a possibilidade de deixar suas operações no país. De acordo com um relatório anual divulgado nesta quarta-feira, 22, pela Câmara do Comércio Americana na China (AmCham), a situação atual é a mais crítica desde o início da pesquisa, em 2020.

O levantamento aponta que 17% das empresas entrevistadas já iniciaram o processo de realocação de suas produções para países fora da China. Outros 13% estão considerando essa possibilidade, embora ainda não tenham tomado medidas concretas. Esses números refletem um aumento significativo nas preocupações com as tensões geopolíticas e comerciais entre os Estados Unidos e a China.

Entre os destinos preferidos para a realocação, os países em desenvolvimento da Ásia se destacam, com 38% das empresas apontando locais como Índia, Vietnã e Tailândia. Os Estados Unidos aparecem como uma opção para 18% dos entrevistados, enquanto 14% consideram países desenvolvidos da Ásia, como Japão e Coreia do Sul.

Por outro lado, o número de empresas que não considera deixar a China caiu para 67% no ano passado, evidenciando uma mudança nas prioridades estratégicas. Apesar de a China ainda ser vista como um destino importante para investimentos, a confiança no país como “prioridade número um” diminuiu, com apenas 12% dos entrevistados mantendo essa posição. Outros 26% colocam a China entre as três principais prioridades, enquanto 31% a consideram uma prioridade elevada, mas não a principal.

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Além disso, 21% das empresas americanas afirmam que não veem mais a China como uma prioridade para investimentos, um aumento de três pontos percentuais em relação a 2023 e quase o dobro do registrado em 2020. Essa mudança de percepção pode ser atribuída a uma série de fatores, incluindo novas tarifas e a crescente rivalidade entre as duas nações.

A pesquisa da AmCham foi realizada entre 21 de outubro e 15 de novembro de 2024, um período marcado por tensões políticas e econômicas, incluindo as eleições presidenciais nos Estados Unidos que resultaram na vitória de Donald Trump. A amostra incluiu 368 empresas americanas de diversos setores, refletindo uma ampla gama de opiniões sobre o futuro das operações na China.

Os resultados do relatório indicam que as empresas estão cada vez mais reavaliando suas estratégias de investimento e operação, buscando alternativas em resposta a um ambiente de negócios que se torna cada vez mais desafiador.

Com a mudança nas dinâmicas comerciais e políticas, o futuro das operações americanas na China continua incerto, e as empresas estão atentas às oportunidades que podem surgir em outras regiões do mundo.

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