Com recuo de 2,42% na semana, moeda norte-americana fecha a R$ 5,91, influenciada por fatores internos e externos
24 de Janeiro de 2025 às 20h29

Dólar encerra a semana em queda e atinge menor valor desde novembro

Com recuo de 2,42% na semana, moeda norte-americana fecha a R$ 5,91, influenciada por fatores internos e externos

O dólar comercial fechou nesta sexta-feira (24) cotado a R$ 5,91, marcando uma queda de 0,13% em relação ao dia anterior. Este resultado representa o maior recuo semanal desde agosto, com a moeda norte-americana acumulando uma desvalorização de 2,42% nos últimos cinco dias úteis. O valor do dólar é o mais baixo registrado desde 27 de novembro do ano passado.

Durante o dia, a cotação da moeda variou, chegando a ser negociada a R$ 5,86 por volta das 14h, mas a queda foi suavizada à medida que investidores aproveitaram o preço baixo para realizar compras. No fechamento, o câmbio se estabilizou próximo ao valor anterior, refletindo um dia de volatilidade no mercado financeiro.

O índice Ibovespa, da B3, também apresentou um dia agitado, encerrando com uma leve queda de 0,03%, aos 122.447 pontos. O indicador alternou entre altas e baixas, mas acabou fechando em terreno negativo, em parte devido à expectativa de aumento na taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira.

Os fatores que influenciaram o desempenho do dólar e da bolsa foram tanto internos quanto externos. No cenário nacional, a divulgação da prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que desacelerou para 0,11% em janeiro, impactou negativamente o mercado. Apesar de ser o menor índice para meses de janeiro desde a criação do real, o resultado ficou acima das expectativas do mercado, que previa uma inflação próxima de zero.

As expectativas de que o Banco Central poderia aumentar a taxa Selic além do previsto também contribuíram para a desvalorização da bolsa. O aumento da taxa de juros tende a desestimular investimentos em ações, levando os investidores a buscar alternativas mais seguras.

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No âmbito internacional, a queda do dólar foi influenciada por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu a possibilidade de um acordo comercial com a China. Em uma entrevista à emissora Fox News, Trump afirmou: “Eu preferiria não ter que usar as tarifas, mas é um poder enorme sobre a China”. Essa postura mais conciliatória acalmou os mercados globais e reduziu as tensões comerciais.

Além disso, a valorização do yuan, a moeda chinesa, também foi um reflexo do clima de otimismo gerado pelas conversas entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, sobre a resolução de conflitos internacionais, incluindo a situação entre Rússia e Ucrânia.

O mercado financeiro brasileiro, por sua vez, se beneficia de resultados positivos do setor externo, que impulsionaram o real. A expectativa de que o governo brasileiro possa adotar medidas para reduzir impostos de importação também é um fator que tem contribuído para a valorização da moeda local.

Em meio a essa dinâmica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros para discutir soluções para a alta dos preços dos alimentos, que continua a ser uma preocupação para o governo. Embora ainda não tenham sido apresentadas propostas concretas, a possibilidade de reduzir alíquotas de importação de produtos foi mencionada como uma alternativa para equilibrar os mercados nacional e internacional.

O cenário econômico permanece desafiador, com a inflação e a política monetária sendo temas centrais nas discussões do governo e dos investidores. A expectativa é que as próximas semanas tragam mais definições sobre o rumo da economia brasileira e suas interações com o mercado global.

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