Gleisi Hoffmann afirma que delação de Mauro Cid torna insustentável defesa de Bolsonaro
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, destaca gravidade das revelações sobre o ex-presidente e sua família em relação a plano golpista.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, classificou como "muito grave" a recente revelação de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado como defensores de um golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023. Em uma publicação nas redes sociais, Gleisi apontou que essa informação torna "insustentável" a argumentação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não tinha relação com a trama golpista.
A afirmação de Gleisi se baseia na primeira delaçãopremiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que foi divulgada pelo jornalista Elio Gaspari em sua coluna nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo neste domingo. Segundo a presidente do PT, as evidências apresentadas no depoimento de Cid revelam um cenário alarmante sobre o envolvimento de figuras próximas a Bolsonaro em um plano que visava desestabilizar a democracia.
“Fica cada vez mais insustentável a conversa mole de que Jair Bolsonaro não tinha nada a ver com a trama contra a democracia, que previa até o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes”, escreveu Gleisi, enfatizando o suposto papel de Michelle e Eduardo como integrantes de um grupo "radical" que pressionava o ex-presidente a tomar medidas golpistas. Ela ainda destacou que essas pessoas eram e continuam sendo as mais próximas do ex-presidente e seus principais porta-vozes na política.
O depoimento de Mauro Cid, segundo Gleisi, revela que o grupo mais extremista defendia ações armadas e que Bolsonaro teria o apoio de CACs - caçadores, atiradores e colecionadores de armas - para efetivar um golpe de Estado. O planejamento, conforme indicado, incluía até o assassinato de líderes como Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Apesar das graves acusações, até o momento, Michelle e Eduardo Bolsonaro não foram indiciados pela Polícia Federal. O depoimento de Cid também sugere que o deputado tinha uma maior proximidade com os CACs, enquanto outros membros do núcleo radical incluíam ex-ministros, senadores e assessores próximos ao ex-presidente.
Gleisi Hoffmann, ao longo de sua fala, reiterou que "a hora da verdade está chegando", insinuando que mais revelações podem surgir a partir das investigações em curso. A presidente do PT tem se mostrado firme em suas declarações, buscando esclarecer o papel de Bolsonaro e sua família em possíveis ações que ameaçaram a democracia brasileira.
As declarações de Gleisi vêm em um momento delicado para a política brasileira, onde a polarização e as tensões entre diferentes grupos políticos continuam a crescer. A situação exige uma análise cuidadosa das informações que estão sendo divulgadas e das implicações que elas podem ter para o futuro do país.
Com a pressão sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro aumentando, as investigações em torno de Mauro Cid e seu depoimento podem trazer à tona novos elementos que impactarão o cenário político. A expectativa é que a verdade sobre os eventos que cercaram a posse de Lula e as ações de seus opositores sejam reveladas nos próximos dias.
Veja também: