Gleisi Hoffmann deve assumir Secretaria-Geral no governo Lula até março
O presidente Lula está próximo de nomear Gleisi Hoffmann como ministra, em reforma ministerial prevista para breve.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em fase avançada de negociações para nomear Gleisi Hoffmann, atual presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), como ministra da Secretaria-Geral da Presidência. A mudança faz parte de uma reforma ministerial que deve ser implementada até março deste ano. Atualmente, a pasta é chefiada por Márcio Macedo, que tem a responsabilidade de articular com movimentos sociais.
Com a possível nomeação, Gleisi deixará a presidência nacional do PT. A transição será feita por meio de um “mandato-tampão”, que ficará sob a responsabilidade de um dos membros da direção do partido até as eleições internas marcadas para julho. Entre os nomes cogitados para assumir a presidência interina estão o deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e o senador Humberto Costa (PT-PE).
Para a presidência definitiva do PT, Lula está considerando o nome de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Conhecido por seu bom relacionamento com diversos grupos políticos, Edinho é visto como uma escolha que pode fortalecer a relação do governo com o centro político.
A troca na liderança do PT é parte de um conjunto de ajustes estratégicos que o governo pretende implementar após a eleição das mesas do Congresso, agendada para o próximo sábado, 1º de fevereiro. Essa movimentação é vista como essencial para alinhar as ações do governo com as demandas do partido e dos aliados.
Nos últimos dias, Lula tem sinalizado a aliados que deseja continuar realizando trocas no xadrez ministerial, um processo que teve início com a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira. A reforma ministerial, que inclui a Secretaria-Geral e a Secretaria de Assuntos Institucionais, é parte de um novo desenho do governo, que busca fortalecer a articulação política.
Gleisi Hoffmann, procurada para comentar a situação, afirmou que está à disposição para ajudar, mas ressaltou que ainda não recebeu um convite formal para assumir a Secretaria-Geral. Ela acredita que novas mudanças no governo só ocorrerão após a eleição da Mesa da Câmara e do Senado, prevista para breve.
Nos bastidores do Planalto, a avaliação é de que a indicação de Gleisi para o ministério pode resolver a disputa interna no PT pela sucessão da presidência do partido. Lula expressa gratidão a Gleisi pelos anos em que ela o apoiou durante sua prisão relacionada à Operação Lava Jato.
As mudanças no governo têm sido discutidas e cobradas por aliados, que buscam ajustar a política de Lula com um olhar voltado para as eleições de 2026. A atuação de Márcio Macedo à frente da Secretaria-Geral é considerada insatisfatória, e a intenção de Lula é reforçar o diálogo com as bases do PT, buscando uma gestão mais estratégica e comunicativa.
Apesar das incertezas, petistas acreditam que a relação do governo com o Congresso tende a melhorar com a provável eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara. Gleisi Hoffmann desempenhou um papel importante para garantir o apoio do PT ao candidato do PP, o que pode contribuir para um ambiente político mais harmonioso entre a Câmara e o Planalto nos próximos anos.
Veja também: