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Gleisi Hoffmann deve assumir Secretaria-Geral no governo Lula em reforma ministerial
A presidente do PT pode ser anunciada como nova ministra em fevereiro, com mudanças no partido até julho.
BRASÍLIA – A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, está prestes a integrar a equipe do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, assumindo a Secretaria-Geral da Presidência. A mudança, prevista para ocorrer na reforma ministerial, deve ser formalizada entre fevereiro e março, conforme fontes ligadas ao governo.
Se confirmada, a entrada de Gleisi no ministério representará uma transição significativa, uma vez que ela substituirá Mário Macedo, atual titular da pasta, que é responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com movimentos sociais. A decisão final sobre a mudança ainda depende de ajustes políticos e da dinâmica interna do PT, que se prepara para eleições diretas em julho.
A expectativa é que a reforma ministerial não se limite à nomeação de Gleisi. O presidente Lula deverá realizar outras mudanças em seu primeiro escalão, visando reacomodar forças políticas que apoiam seu governo. A escolha de Gleisi para a Secretaria-Geral é vista como uma estratégia para fortalecer a relação do governo com os movimentos sociais, especialmente em um momento em que a popularidade do governo enfrenta desafios.
Gleisi, que atua como deputada federal pelo Paraná, já foi ministra da Casa Civil durante o governo de Dilma Rousseff e tem sido uma figura central nas discussões internas do PT. Sua possível saída da presidência do partido poderá ocorrer durante a celebração dos 45 anos do PT, marcada para os dias 21 e 22 de fevereiro, no Rio de Janeiro.
Com a chegada de Gleisi ao ministério, o PT precisará escolher um novo presidente interino até as eleições de julho. Dois nomes estão sendo considerados para o cargo temporário: José Guimarães, atual líder do governo na Câmara, e Humberto Costa, senador de Pernambuco.
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A escolha do novo presidente do PT será influenciada diretamente por Lula, que busca um nome que possa conduzir o Processo de Eleição Direta (PED) dentro do partido. A movimentação interna no PT é intensa, especialmente considerando que a corrente Construindo um Novo Brasil, da qual Gleisi faz parte, está dividida sobre a indicação de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, como novo presidente do partido.
Além disso, Lula também está avaliando a possibilidade de realocar Mário Macedo em outra função, uma vez que o presidente considera a necessidade de um novo nome que possa dialogar melhor com os movimentos sociais no decorrer da segunda metade de seu mandato.
Recentemente, uma pesquisa divulgada mostrou que a desaprovação ao governo Lula aumentou, acendendo um sinal de alerta no Planalto. A pesquisa revelou que a popularidade do governo caiu até mesmo entre seus tradicionais apoiadores, como eleitores de baixa renda e do Nordeste.
Embora Gleisi tenha sido considerada para outros cargos, como o Tribunal de Contas da União, a expectativa é que ela se concentre na Secretaria-Geral, onde poderá ter um papel mais ativo na articulação política do governo.
O cenário político se torna cada vez mais complexo, e a reforma ministerial é vista como uma oportunidade para Lula consolidar sua base de apoio e preparar o terreno para as eleições de 2026, quando poderá não ser candidato à reeleição.
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