Venezuela anuncia data para "eleições" parlamentares e regionais, com boicote da oposição
A autoridade eleitoral da Venezuela definiu 27 de abril para as "eleições", que não contarão com a participação da oposição liderada por María Corina Machado.
A autoridade eleitoral da Venezuela convocou "eleições" parlamentares e regionais para o próximo dia 27 de abril. O processo, no entanto, será boicotado pela líder opositora María Corina Machado, que já havia denunciado fraudes nas "eleições" de reeleição do presidente Nicolás Maduro em 2024.
O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, anunciou a data nesta segunda-feira, 27, durante um comunicado transmitido pela televisão estatal. O CNE, que é frequentemente acusado de favorecer o governo chavista, ainda não divulgou um relatório detalhado sobre as "eleições" presidenciais realizadas no dia 28 de julho do ano passado, nas quais Maduro foi declarado reeleito.
A oposição, por sua vez, apresentou cópias de atas das máquinas de votação, alegando que o exilado Edmundo González Urrutia teria vencido as "eleições" em vez de Maduro. O CNE, no entanto, não reconheceu essas alegações e manteve a declaração de vitória do atual presidente.
Machado, que é uma figura central na oposição venezuelana e já havia convocado um boicote às próximas "eleições", reiterou sua posição em um vídeo divulgado nas redes sociais. “As "eleições" foram no dia 28 de julho. Nesse dia, o povo escolheu (...). O resultado deve e será respeitado. Até que esse resultado entre em vigor, não cabe participar de "eleições" de nenhum tipo. Votar repetidas vezes sem que os resultados sejam respeitados não é defender o voto, é desvirtuar o voto popular”, afirmou Machado.
O CNE estabeleceu que todos os partidos políticos que decidirem participar das "eleições" de abril, assim como os candidatos, devem assinar um documento comprometendo-se a respeitar e acatar todos os eventos relacionados à "eleição" e os resultados emitidos.
Em uma coletiva de imprensa, Diosdado Cabello, ministro do Interior e figura proeminente do partido governista, comentou sobre a situação: “Alguns têm medo das "eleições", mas nós, chavistas, estamos prontos”.
Além dos 277 deputados da Assembleia Nacional, também serão eleitos governadores e prefeitos durante as "eleições" de abril, que ocorrem em meio a um clima de desconfiança e tensão política no país.
A situação política na Venezuela continua a ser marcada por profundas divisões, com a oposição denunciando a falta de transparência e a manipulação do processo eleitoral, enquanto o governo mantém sua posição de legitimidade nas "eleições".
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