
Dívida bruta do Brasil atinge 76,1% do PIB em 2024, revela Banco Central
O setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 47,6 bilhões, melhorando em relação a 2023.
A dívida bruta do governo geral do Brasil encerrou 2024 em 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a R$ 9 trilhões. Este aumento de 2,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior foi divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira, 31.
Os dados revelam que, ao longo de 2024, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 47,6 bilhões, representando 0,40% do PIB. Este resultado é uma melhora significativa em comparação ao rombo de R$ 249,1 bilhões, ou 2,28% do PIB, observado em 2023.
Em dezembro, o saldo da dívida bruta foi impactado por um superávit de R$ 15,7 bilhões, revertendo o déficit de R$ 129,6 bilhões registrado em dezembro do ano anterior. Este resultado foi influenciado pelo pagamento de R$ 92,4 bilhões em precatórios.
A relação entre a dívida e o PIB aumentou devido a diversos fatores, incluindo o pagamento de juros, a desvalorização do real e o reconhecimento de novas dívidas. Contudo, a economia com o pagamento de parte da dívida e o crescimento do PIB ajudaram a moderar essa elevação.
O superávit de dezembro resultou em uma queda de 1,6 ponto percentual na relação entre a dívida e o PIB, refletindo os resgates líquidos de dívida e o crescimento do PIB nominal, que foram parcialmente compensados pela desvalorização cambial.


A dívida líquida, que desconta os ativos financeiros do governo, como reservas internacionais, alcançou 61,1% do PIB em 2024, totalizando R$ 7,2 trilhões. Ao longo do ano, essa relação subiu 0,7 ponto percentual, influenciada principalmente pelo pagamento de juros e pelo reconhecimento de novas dívidas.
Em dezembro, a relação entre a dívida líquida e o PIB apresentou uma leve queda de 0,1 ponto percentual, resultado do superávit primário do mês e do crescimento do PIB nominal. No entanto, os juros pagos continuaram a pressionar as contas públicas.
Os dados do Banco Central indicam que a trajetória da dívida pública é uma preocupação crescente para o mercado financeiro, especialmente em um cenário de aumento contínuo dos juros e de necessidade de ajustes fiscais.
As projeções do Tesouro Nacional sugerem que, caso não sejam implementadas novas medidas de arrecadação, a dívida bruta pode atingir 83,1% do PIB até 2028. As expectativas do mercado indicam que o endividamento pode ultrapassar 90% do PIB em 2029.
Esses números refletem um cenário desafiador para a economia brasileira, que enfrenta a necessidade de ajustes fiscais e ações que garantam a sustentabilidade da dívida pública.
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