Prorrogação de seis dias ignora pedido do Ministério Público Federal por mais tempo para discussão.
31 de Janeiro de 2025 às 21h49

ANS estende consulta pública sobre planos de saúde até 9 de fevereiro, contrariando MPF

Prorrogação de seis dias ignora pedido do Ministério Público Federal por mais tempo para discussão.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou, nesta sexta-feira, 31, a prorrogação da consulta pública nº 145, que discute a reformulação da política de preços e reajustes dos planos de saúde. O novo prazo para contribuições, que teve início em 19 de dezembro, agora se estende até 9 de fevereiro, em vez de encerrar no dia 3, como estava previsto.

A decisão de prorrogar o prazo por apenas seis dias contraria as recomendações do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou um aumento de pelo menos 60 dias, considerando a relevância e a complexidade dos temas abordados. O MPF argumenta que a sociedade civil e os interessados precisam de mais tempo para analisar os documentos e elaborar suas contribuições.

No documento enviado ao órgão regulador, os procuradores da República destacam que a divulgação da consulta pública foi limitada e que o intervalo para participação coincidiu com o período de festas e recesso de fim de ano, o que prejudicou a ampla participação da sociedade.

A consulta abrange quatro temas principais que impactam diretamente os beneficiários de planos de saúde: reajuste de planos coletivos, mecanismos financeiros de regulação (como coparticipação e franquia), venda de planos online e revisão técnica de preços de planos individuais e familiares. O MPF propõe que a discussão seja fragmentada em quatro turnos distintos, cada um dedicado a um dos temas, para enriquecer o debate.

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Além disso, o MPF recomenda que a ANS amplie o período de participação e realize audiências públicas em formato híbrido, permitindo a participação presencial e virtual dos interessados, com o objetivo de aumentar o acesso e a pluralidade de vozes.

Até o momento, houve apenas uma audiência pública, realizada de forma virtual, onde temas relevantes, como a venda online de produtos e a regulamentação dos planos ambulatoriais, não foram discutidos. Isso gerou críticas e cobranças sobre a necessidade de novas reuniões.

Em 27 de janeiro, representantes do MPF se reuniram com a ANS para discutir as recomendações. O procurador Hilton Melo, coordenador do Grupo de Trabalho Planos de Saúde, cobrou um posicionamento da ANS sobre os pedidos formulados. O diretor-presidente interino da ANS, Jorge Aquino, comprometeu-se a examinar as solicitações do MPF, incluindo a prorrogação do prazo da consulta pública.

Questionada sobre as considerações dos procuradores, a ANS limitou-se a informar que o prazo foi ampliado até 9 de fevereiro, sem responder sobre a realização de novas audiências públicas ou a divisão do debate em quatro temas.

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