Advogado de Bolsonaro anuncia pedido para anulação da delaçãode Mauro Cid

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, confirmou nesta segunda-feira (24) que solicitará a anulação da delaçãopremiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A declaração foi feita após uma audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.

Em breve conversa com a imprensa ao deixar o encontro, Vilardi destacou que fará novas petições ao STF, mas não revelou detalhes sobre seu conteúdo. O advogado também mencionou que a divulgação recente de áudios da Polícia Federal (PF) relacionados à investigação não complicaria a situação de Bolsonaro, afirmando que “é necessário analisar tudo dentro de um contexto, e não apenas frases isoladas”.

A defesa do ex-presidente busca não apenas a anulação da delaçãode Cid, mas também a ampliação do prazo para apresentar a defesa formal no caso. O relator do inquérito, Alexandre de Moraes, havia concedido 15 dias para a apresentação dos argumentos, no entanto, a defesa deseja um prazo de 83 dias, já que a Procuradoria-Geral da República (PGR) elaborou a denúncia nesse período. Moraes já havia negado um pedido anterior para estender o prazo.

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A denúncia apresentada pela PGR inclui Bolsonaro e outras 33 pessoas, acusadas de envolvimento em uma suposta trama para manter o ex-presidente no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Os crimes atribuídos a Bolsonaro incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Na delaçãopremiada, Mauro Cid implicou Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, como líderes da organização golpista. Cid também revelou que o ex-presidente teria solicitado sua ajuda para forjar o próprio cartão de vacinação e o da filha mais nova, além de mencionar o caso das joias sauditas, que envolveu uma viagem a pedido de Bolsonaro para vender itens de luxo.

Embora o caso das vacinas e das joias não faça parte da denúncia da PGR, Bolsonaro já foi indiciado pela PF em investigações relacionadas a esses assuntos. A procuradoria planeja enviar denúncias adicionais, o que pode resultar em mais complicações legais para o ex-presidente.

Após o envio da denúncia, cabe ao relator avaliar se ela está pronta para julgamento e ouvir os argumentos dos 34 denunciados. Se Moraes considerar que tudo está em ordem, ele pautará a análise na Primeira Turma do STF, onde os ministros decidirão se os denunciados se tornarão réus e se deverão responder a um processo judicial.