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Advogado de Jair Bolsonaro solicita anulação da delação de Mauro Cid
Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, anunciou que pedirá a anulação da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em Brasília.
BRASÍLIA - O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, informou que irá solicitar a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. A declaração foi feita durante uma entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews.
A delação de Mauro Cid foi utilizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte da denúncia contra Bolsonaro, no contexto da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O advogado criticou a condução do processo e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ouvir Cid.
“O surpreendente é que eu tenha que pedir a anulação. Nós estamos tratando de um processo de golpe de Estado que seria um golpe no estado democrático”, afirmou Vilardi. Ele questionou ainda a postura de juristas e advogados que criticaram a operação Lava Jato, indagando: “Qual é o recado que nós vamos passar para o país admitindo uma delação como essa?”.
Vilardi destacou que a defesa de Bolsonaro pretende demonstrar a não participação do ex-presidente no plano golpista. Segundo ele, a denúncia da PGR é inconsistente. “A principal linha de defesa evidentemente vai ser mostrar a não-participação do presidente Bolsonaro”, disse.
O advogado, que se juntou à equipe de defesa de Bolsonaro em janeiro, é conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão, incluindo o Mensalão e a Lava Jato. Ele enfatizou que a defesa apresentará um argumento robusto para contestar as alegações.
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Em relação à delação de Cid, que foi homologada pelo STF, o advogado mencionou que o ex-ajudante de ordens prestou informações sobre uma suposta trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, em troca de benefícios legais.
Vilardi também criticou a condução do processo pelo ministro Moraes, fazendo um paralelo com os desdobramentos da Lava Jato, que resultaram em diversas anulações de decisões, incluindo aquelas que envolveram o ex-presidente Lula.
“Não há dúvidas de que existem fatos graves narrados na denúncia, mas a linha de defesa será provar que o ex-presidente não participou do plano golpista. Essa estratégia se baseia na própria inconsistência da denúncia”, reiterou Vilardi.
A PGR, liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet, apresentou uma denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas, acusando-os de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O procurador fundamentou a denúncia em documentos, mensagens e delações que sustentam as acusações.
Por fim, Vilardi anunciou que pedirá para que o julgamento da suposta tentativa de golpe de Estado seja transferido da Primeira Turma do STF para o plenário da Corte, argumentando que existem normas constitucionais que regem o julgamento de um presidente da República.
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