Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, anunciou que pedirá a anulação da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em Brasília.
20 de Fevereiro de 2025 às 16h20

Advogado de Jair Bolsonaro solicita anulação da delação de Mauro Cid

Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, anunciou que pedirá a anulação da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em Brasília.

BRASÍLIA - O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, informou que irá solicitar a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. A declaração foi feita durante uma entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews.

A delação de Mauro Cid foi utilizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como parte da denúncia contra Bolsonaro, no contexto da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O advogado criticou a condução do processo e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de ouvir Cid.

“O surpreendente é que eu tenha que pedir a anulação. Nós estamos tratando de um processo de golpe de Estado que seria um golpe no estado democrático”, afirmou Vilardi. Ele questionou ainda a postura de juristas e advogados que criticaram a operação Lava Jato, indagando: “Qual é o recado que nós vamos passar para o país admitindo uma delação como essa?”.

Vilardi destacou que a defesa de Bolsonaro pretende demonstrar a não participação do ex-presidente no plano golpista. Segundo ele, a denúncia da PGR é inconsistente. “A principal linha de defesa evidentemente vai ser mostrar a não-participação do presidente Bolsonaro”, disse.

O advogado, que se juntou à equipe de defesa de Bolsonaro em janeiro, é conhecido por sua atuação em casos de grande repercussão, incluindo o Mensalão e a Lava Jato. Ele enfatizou que a defesa apresentará um argumento robusto para contestar as alegações.

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Em relação à delação de Cid, que foi homologada pelo STF, o advogado mencionou que o ex-ajudante de ordens prestou informações sobre uma suposta trama para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, em troca de benefícios legais.

Vilardi também criticou a condução do processo pelo ministro Moraes, fazendo um paralelo com os desdobramentos da Lava Jato, que resultaram em diversas anulações de decisões, incluindo aquelas que envolveram o ex-presidente Lula.

“Não há dúvidas de que existem fatos graves narrados na denúncia, mas a linha de defesa será provar que o ex-presidente não participou do plano golpista. Essa estratégia se baseia na própria inconsistência da denúncia”, reiterou Vilardi.

A PGR, liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet, apresentou uma denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas, acusando-os de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O procurador fundamentou a denúncia em documentos, mensagens e delações que sustentam as acusações.

Por fim, Vilardi anunciou que pedirá para que o julgamento da suposta tentativa de golpe de Estado seja transferido da Primeira Turma do STF para o plenário da Corte, argumentando que existem normas constitucionais que regem o julgamento de um presidente da República.

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