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Moraes derruba sigilo da delação de Mauro Cid e notifica Bolsonaro e aliados
Ministro do STF determina a publicização da delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira, 19, derrubar o sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia formal contra Bolsonaro e 33 aliados, acusados de envolvimento em uma suposta trama golpista.
Com a decisão, Moraes determinou que a integra da delação seja disponibilizada publicamente, permitindo que a sociedade tenha acesso ao conteúdo do acordo de colaboração. A PGR havia solicitado a análise da delação como parte da investigação sobre as tentativas de Bolsonaro e seus colaboradores de manter o poder após a derrota nas eleições de 2022.
Além de derrubar o sigilo, Moraes também estabeleceu um prazo de 15 dias para que os denunciados se manifestem sobre as acusações. A PGR alega que Bolsonaro e seus aliados teriam organizado uma estrutura criminosa com o objetivo de desestabilizar a ordem democrática e impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A denúncia formal inclui acusações de organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio da União. O procurador-geral da República, Paulo Gonnet, foi o responsável por apresentar as acusações ao STF.
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Durante a investigação, foram reveladas conversas entre Bolsonaro e membros das Forças Armadas, onde o ex-presidente discutiu a possibilidade de ações que poderiam ser interpretadas como tentativas de golpe. Segundo documentos obtidos pela PGR, o ex-presidente teria solicitado alterações em um plano que incluía a prisão de ministros do STF e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
A PGR também destacou que a organização criminosa em questão estava enraizada na estrutura do Estado, com forte influência de setores militares. A expectativa agora recai sobre o STF, que deve analisar a denúncia e decidir se aceita ou rejeita as acusações contra Bolsonaro e os demais envolvidos.
O ministro Moraes, que relatará o caso, tem a responsabilidade de dar continuidade ao processo, que inclui a coleta de provas e a oitiva das partes envolvidas. O julgamento deve ocorrer ainda em 2024, antes do ano eleitoral, para evitar que o caso se arraste para o próximo ciclo eleitoral.
Os desdobramentos dessa decisão podem ter um impacto significativo na cena política brasileira, especialmente considerando a relevância das acusações e a figura de Jair Bolsonaro no contexto atual. A sociedade aguarda ansiosamente por mais detalhes sobre a delação de Mauro Cid e as implicações que isso pode ter para os denunciados.
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